Taí o que você queria: Januário de Oliveirta


Texto de Gilberto Maluf

A rodada do Campeonato me fez lembrar com saudades do Januário de Oliveira. Tempos atrás pesquisei sobre ele e posto aqui:

Foi um radialista, locutor e narrador esportivo, atuou na Rádio Nacional AM, TVE-RJ (1982-1992) e TV Bandeirantes (1992-1997). Aposentou-se em 1998, quando começou a sofrer de diabetes e ficou cego de um olho. Ainda nesse mesmo ano, narrou algumas partidas da Copa do Mundo pela hoje extinta Rede Manchete.

Principais Bordões

"Taí o que você queria, bola rolando...", quando o juiz apitava o início da partida ou do segundo tempo.

"Tá lá um corpo estendido no chão", para o jogador que caía machucado no gramado.

"Lá vem Geraldo e Enéas para mais um carreto da tarde", quando os maqueiros do Maracanã, Geraldo e Enéas entravam em campo para retirar um jogador machucado.

"Cruel, muito cruel...", para elogio ao artilheiro após o gol.

"É disso Fulano, é disso que o povo gosta", para o jogador (Fulano) que acabara de estufar as redes.

"Sinistro, muito sinistro...", para falha grave de jogador ou árbitro.

"Eu vi, eu vi...", para algum lance que ninguém viu, somente ele.

"riririkakakaka, o Juiz despirocou...", para um lance em que o juiz marcou algo de outro mundo

"Acabou o milho, acabou a pipoca, fim de papo". - Quando o juiz apitava o fim do jogo.

“Elementar, meu caro Addison”, agradecia Januário de Oliveira a Addison Coutinho

Januário de Oliveira narrava exclusivamente os jogos do Rio de Janeiro, numa época em que as equipes que transmitiam as partidas não tinham os velhos vícios do rádio, nem os novos vícios dos profissionais da era do pay-per-view.

Com bordões geniais, Januário ficou famoso na TV Bandeirantes também com os apelidos dados aos jogadores que marcaram os grandes clubes do Rio na década de 90, entre eles Ézio, o “Super Ézio”; o “Príncipe Charles” para o centroavante Charles Baiano (ex-Bahia e Flamengo). Valdeir virou “The Flash”, enquanto o volante Charles do Flamengo recebeu a alcunha de “Charles Guerreiro”. E sobrou também para Sávio, o “Anjo Loiro da Gávea”, além do maravilha “Tá, Té, Tí, Tó, Túlio...”, Januário transformava em diversão o hábito de acompanhar o futebol carioca.

Januário de Oliveira também foi acompanhado de Gérson (que não ficou atrás e bolou “é brincadeira”), Januário tornava ainda mais divertido o hábito de acompanhar o futebol carioca, numa época em que ele não era tão decadente ainda.

Eu, Gilberto Maluf, lembro-me das narrações dos jogos da TV de 1974 e não sei qual o narrador que chamava Dé do Vasco de Pigmeu Bandar. Pensei que era o Januário mas pelo currículo acima não parece ser.

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Comentários

  1. Aproveitando o dia de chuva aqui em Santos fui ver alguns comentários a respeito dos cronistas . Certamente Januário de Oliveira conheceu o locutor Victório Gemberg Volpato, aquele da voz marcante que se ouvia no Maracanã... A SUDERJ INFORMA!
    O Maracanã não tem mais o seu grande locutor. O estádio, antes da nova reforma para a Copa, ganhou cadeiras, camarotes, mas estava mal vestido. O locutor bilingüe, contratado pela organização anunciava as escalações como em qualquer em outra parte do mundo. Era como se o estádio trajasse smoking, sem gravata. Faltava o detalhe que fazia de um jogo ali algo solene e imponente: o locutor Victório Volpato, a voz do Maracanã desde 1962. Pela primeira vez, não foram ouvidos ecos do bordão “A Suderj informa” naqueles dias quentes de janeiro.

    Na mesma cabine em que assistiu ao milésimo gol de Pelé e aos melhores momentos de Zico e Romário, o radialista logo trocou a mágoa pela paixão por seu trabalho. Após o jogo era o Victório, de sempre, alegre e espirituoso, que entrava nas cabines com estatísticas, trocadilhos e bordões, aproveitados em seguida nas transmissões dos colegas e amigos, como o locutor José Carlos Araújo e o comentarista Luís Mendes.

    Seu ritmo pausado pelo suspense, a entonação vibrante e reverencial ao anunciar a escalação de um craque embalavam os tempos românticos no velho estádio. Saíram de cena Didi, Pelé e Zico. O bom futebol e os grandes públicos foram se afastando dali, mas aquela voz era onipresente. E enigmática. Poucas pessoas sabiam que vinha daquele capixaba franzino, nascido há 71 anos, em Cachoeiro de Itapemirim, que começou a carreira no rádio como disc-jóquei.

    Praticamente anônimo, Victório chegava mais cedo ao estádio em dias de jogos para dar comida aos gatos e aos patos que vivem no Maracanã. Afastado do rádio, fato que lhe causava tristeza, tinha dificuldades financeiras e morava com a filha no Centro. Além de animais e de música, era apaixonado pelo Fluminense.


    Fonte: O GLOBO

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  2. Nos anos 60/70 o outro locutor do Maracanã era nosso conterrâneo, meu e de Zé Maria, Fernando Pastor Tostes, homem da voz bonita, como o Vitório, que até confundia quem não os conhecia. Bem lembrado, como sempre, meu caro Gilberto.
    Vou buscar detalhes do Fernando para contar aos amigos do blog. O Zé deve ter conhecido ele. Fala aí José Maria de Aquino.

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