Os árbitros sem tira teima


De Armando Marques (foto) a Wilson Lopes de Souza encontro vários árbitros dos anos 60/70, era romântica do futebol e terrível para então chamados juízes da Federação Carioca de Futebol ou da antiga Liga Metropolitana de Futebol. 

Estes moços são heróis e responsáveis diretos por grandes jogos, naquele tempo marcar um jogo de futebol era quase uma missão impossível, a sorte destes apitadores é que a velocidade dos jogadores não correspondiam nem dez por cento da imprimida nos tempos modernos, onde a preparação física e a evolução tática colocam uma velocidade que já exige alguns apetrechos eletrônicos para ser acompanhada pelos árbitros modernos. 



Mário Vianna (foto) foi o mais folclórico e Armando Marques o mais famoso, mas tivemos nomes interessantes, que brilharam em finais de Campeonatos Cariocas com dignidade, como Alberto da Gama Malcher, Ayrton Vieira de Moraes, o Sansão, que me lembra um árbitro paulista, Dulcídio Vanderlei Bochillia, louro e forte como um touro e por isto respeitado por imposição pelos atletas daquele tempo.

Amilcar Ferreira, fisicamente, apenas fisicamente, me faz recordar um outro paulista, Romualdo Arp Filho, talvez um dos melhores do Brasil, mas era um árbitro confuso e sempre estava no meio de todas as confusões ou reclamações dos grandes, médios ou pequenos dos anos 60. 

Me lembro, tá vivo na memória, um Flamengo e Bangu, complicado para o rubro-negro, que nos minutos finais foi favorecido com uma penalidade máxima nos últimos minutos, porém, tem sempre um porém, isto não era privilégio só do Flamengo, perguntem a torcedores do América, Bangu, Campo Grande ou Canto do Rio, quantas vezes eles foram prejudicados contra Fluminense, Vasco ou Botafogo?

Quando por aqui cheguei, no meio dos anos 80, uma nova safra estava no comando da arbitragem do Rio, entre estes Carlos Elias Pimentel, um polêmico apitador e que jamais foi uma das estrelas da Ferj, José Roberto Write, Jorge Emiliano de Souza (Margarida), Valter Senra (Bianca), eram os que davam as cartas, os dois últimos, homossexuais assumidos, faleceram ainda jovens e não deixaram marcas positivas em suas carreiras.

Um outro árbitro que fez sucesso nos anos 60 e que também povoou meus cadernos de anotações, foi Frederico Lopes, sempre presentes nos grandes clássicos da capital. José Aldo Pereira, este um pouco mais novo do que Frederico Lopes, era outro preferido dos clubes cariocas em seus principais clássicos. 

Eunápio de Queirós, bem lembrado pelo Gilberto Maluf, era um homem magro, pequenino, mas com uma disposição tremenda para correr atrás do lance. Foi um dos que mais vi apitar clássicos no Maracanã.

Os mineiros Maurílio José Santiago e Ângelo Antonio Ferrari são figuras polêmicas dentro e fora das Minas Gerais, por aqui passaram, apitando jogos do Brasileirão, e me deixaram entender porque tanta controvérsia em suas arbitragens. 

Se muitos destes árbitros resolvessem contar suas histórias a principal seria: “como sair de um campo, como a da Rua Bariri, vivo e pronto para um outro jogo?” Naquele tempo, meu caro seguidor, era terrível e os árbitros sofriam nos alçapões sem proteção alguma e nem mesmo um vídeo tape para tirar as dúvidas do torcedor no dia seguinte. 

Comentários

  1. O Frederico Lopes fazia anos que não ouvia falar. Acho que nunca vi apitando em São Paulo.
    Os arbitros Wilson Lopes de Souza, Jose da Gama Malcher, J. Roberto Write, Amilcar Ferreira, Sansão, Eunapio de Queiroz apitavam o Rio São Paulo no Pacaembu.
    No Maracanã apitavam Ethel Rodrigues, Albino Zanferrari, Romualdo Arpi Filho , Armando Marques, Olten Aires de Abreu.
    Jogo no Rio, árbitro paulista. Jogo em SP, árbitro carioca.

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