Tá chegando a hora de voltar

O tempo passa e o excesso de água salgada, de areia molhada, de cerveja na cuca ou inércia e rotina, te deixam entediado com a beleza do mar e com o vai e vem dos bares e do carteado para suprir a ausência de uma boa televisão e uma navegação mais decente na Internet.

Já se passaram dez dias desde que aqui cheguei, cheio de motivação, e que aos poucos vão se transformando em desejo de voltar a ter uma vidinha normal, na minha poltrona favorita e com meu futebol de sempre a disposição na telinha da tevê. 

Guarapari já foi mais romântico e, ontem, olhando a primeira rua que fiquei, e, 1976, senti que muita coisa mudou, para melhor ou pior fica a seu critério, e vi que o tempo passou e o futuro chegou neste balneário capixaba. 

Hoje, pensando em visitar meus amigos José Luiz da Silva e Eraldo Bento, no outro lado da cidade, Praia do Morro, pensei duas vezes antes de sair. O primeiro pensamento foi como encarar o trânsito ruim e deseducado da cidade, o segundo foi da impossibilidade de conseguir um lugar para estacionar meu carango na orla que um dia foi a mais famosa da cidade.

Estou por aqui há dez dias e ainda não fui visitar o Categoria e sua família, teria como justificativa o tempo dedicado a neta, Luna, que me cobra a presença devido a ausência do pai, Adalberto está na luta, em Campos, pelo pão dele de cada dia, e só aparece por aqui nos finais de semana.

Eraldo Bento dizia sempre que os netos mudam nossa rotina e hoje posso confirmar tal colocação. Luna me ocupa, no bom sentido, me tira do sério e me leva a loucura com sua impetuosidade à beira da praia, é preciso muita atenção e um preparo físico invejável para correr atrás da menina, que não tem medo de nada e quer sempre mais emoções. Haja fôlego e pernas para acompanhar.

Uma obra, mais um edifício que sobe, me tira da cama às sete da madrugada, os mestres de obras, pedreiros e serventes precisam dar conta do projeto e começam a labuta bem cedo e só mesmo uma visita ao laptop para fazer o tempo passar, pois a TV é convencional e pega somente os canais abertos e são poucas as opções para assistir pelas manhãs.

Ontem, à noite, passeando pela orla do centro, Marina dizia pouca gente anda por ali e parecia até que a cidade está vazia. Ledo engano, diferente de nós, que estamos em um lugar com TV antiga, sem Internet com boa velocidade ou com a programação restrita a uma partida de buraco, muitos já carregam com eles o seu aparelho digital de TV (Sky ou similar), televisores plasma ou LCD, e boa navegação na grande rede. 

Enquanto isto eu conto os dias para voltar para casa e voltar a ter minha vidinha normal, que por sinal é bem gostosa e muito bem aproveitada. Na sexta-feira estarei no Armazém do Lenílson dividindo a mesa com os velhos e bons parceiros da cerveja gelada. 

Comentários

  1. Pois é Dutra, hoje irei ao centro da cidade, caso seja possível nosso encontro ligue-me pelo celular da Tim, pois não tenho seu endereço, a ligação sua para o meu número de Guarapari custará apenas R$0,25. Não será necessário guardar a cerveja, estou bebendo somente aos sábados. / Abrs.

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  2. Bom regresso, então, companheiro. Mas que boas caminhadas pela areia ou pelo calçadão, fazem um bem danado para o corpo e para a mente, lá isso fazem, certo? Abração na turma na volta..

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  3. E como fazem, voltei com as pilhas recarregadas e com vontade de escrever... escrever... e ver muito futebol. Zé Luiz, estou por aqui, de novo.

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