JOGOS RUINS EM HORÁRIO NOBRE

Domingo é dia de bola rolando no Brasileirão e na tela da TV, mas cá prá nós, a discussão do horário ideal voltou a tona depois da Copa do Mundo. Ontem, ali no Armazém do Lenilson, me provocaram o suficiente para eu soltar minha opinião sobre o assunto: Gosto dos jogos na moda antiga, de quando saia do trabalho direto para o Maracanã, e gazeteava as aulas das quartas-feiras para ver qualquer pelada no “Maior do Mundo”.

Naquela época, início dos anos 70, os jogos começavam às nove da noite e dava prá voltar andando, papeando com novos amigos, feitos nas gerais do Maracanã, pela Barão de Mesquita até chegar a José Higino, onde morava num apartamento de fundos, cedido pela minha tia Durvalina. Tempo bom, sem assalto e com jogo de futebol gostoso de se ver.

O retorno para casa demorava o tempo suficiente para ouvir, no radinho de pilha colado ao ouvido, os comentários de Ruy Porto ou João Saldanha, e já chegando pertinho da PE (Polícia do Exército) já dava para ouvir o Jairo de Souza e os resultados do Brasil e do mundo.

Aos domingos então era mais legal. Quando estava de folga no hotel, trabalhei na recepção do Hotel Regente, na Av. Atlântica, dava para saborear o almoço da Celina, minha grande amiga e protetora, e depois caminhar até o velho Maraca para ver a preliminar de aspirantes, que começava às 13:45h. Logo depois os jogos dos profissionais, sempre às quatro da tarde. Bom horário e ótimo futebol para ser visto no cimento quente das arquibancadas, no domingo me dava a este luxo.

Hoje temos que engolir, no meio de semana, jogos às dez da noite, após a novela global, e aos domingos às cinco da tarde e depois aturar a ladainha do Faustão. Tempo bom aquele, sem assaltos, sem medos, sem prisões domiciliares e um bom futebol jogado no gramado castigado do Estádio Mario Filho.

Hoje os clássicos são marcados para às noites de quarta ou de quinta, vide este meio de semana quando tivemos Botafogo x Flamengo e Palmeiras x Santos, perdidos às nove da noite, sem transmissão aberta, para castigar o povão apaixonado por seus clubes, mas para agradar a co-patrocinadora do grande evento, a GLOBOSAT e seus canais fechados. Algo precisa mudar, urgente, antes que o gosto de ver futebol fique um pouco mais amargo.

Clássicos perdidos no meio de semana e jogos pequenos marcados para domingo. O morador do Estado do Rio, que pretende assistir hoje, na telinha da tevê, o clássico Corinthians x Atlético Mineiro, terá que fazer a cabeça do dono do bar, que tem o PPV da operadora por assinatura, ou ter em casa um canal fechado com o pacote do Brasileirão comprado por cerca de 60 reais mensais.

O Vasco jogou ontem, em outro horário inventado pela televisão fechada, seis e meia, o Flamengo faz o jogo da Globo, lá em Goiás, contra o Atlético Goianiense, e o Botafogo recebe o Guarani às seis e meia, no Engenhão, que deverá receber um público de teatro, ou seja, mil e poucos pagantes.

Até quando, meu caro Lenilson, teremos que aturar estes horários ridículos? O blogueiro Brak, lá da terrinha, não gosta do horário das nove da noite, do meu estilo preferido, para ele os jogos deveriam começar às nove e meia, mas o Brak não vale, ele é polêmico e sempre “do contra”.

O voto do Brak sempre acompanha a minoria, prá irritar os blogueiros e o colunista que vos fala neste domingão de joguinhos ruins, mas na quarta-feira, só prá contrariar, tem Grêmio x Vasco na telinha da Globo, às dez da noite, e não será diferente na quinta, quando teremos Palmeiras x Botafogo.

É ou não é um desperdício de datas? E aliás, qual é o melhor horário do futebol? Mande sua opinião para o papodebola@globo.com

Comentários

  1. Sou a favor dos jogos no meio de semana às 20 horas. Aos domingos os jogos podem ser às 17 horas. É um absurdo todos os jogos de quinta e sábado no canal fechado no mesmo horário. Abrs

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