Foi um festa vascaína, com certeza.

Vi a decisão da Copa do Brasil ao lado de um casal de amigos, ele vascaíno fanático e paramentado para a grande final. Ela se dizia entendedora de tudo o que acontecia no ambiente boleiro que se formou na minha sala.

Acreditei que a noite seria bem legal e armei um esquema interessante, o frio intenso me fez colocar um bom vinho para esfriar e um ótimo queijo para degustar, afinal as visitas eram interessantes e o motivo, o jogo Vasco x Coritiba, seria uma boa pedida para uma boa noite.

Não me enganei. Foi realmente um grande jogo e uma ótima noite vivida na minha sala, como já fora a noite de terça-feira,quando recebi a visita do flamenguista Cacá Motta e seu sobrinho Luciano, para ver Brasil x Romênia e a despedida de Ronaldo, o Fenômeno, quando também rolou um bom vinho chileno e um ótimo papo sobre seleção, viagens e futuro de nossos filhos.

Voltando a decisão da Copa do Brasil e a visita de Olavo e Martha, conto o que achei interessante nas duas horas de jogo aguerrido e bem jogado. Martha e Marina, minha esposa, conversavam alegremente no canto da sala e nós, eu e Olavo, nem conversávamos, a bola rolava intensamente e os nervos estavam tão aflorados, lá no Couto Pereira e cá na minha sala, que papo mesmo só entre as mulheres.

Vasco 1x0 e festa. Coritiba 1x1 apreensão. No 1x0 escutamos fogos e gritos eufóricos vindo lá do Armazém do Lenilson e da residência do vascaíno Edu. Coritiba 2x1 e o silêncio foi ensurdecedor, como diria meu velho guru Ermê Sollon. Nervosismo no campo e cá na sala o início de uma discussão entre o casal de amigos.

- Não fique triste, amor. O Vasco vai virar e vamos ser campeões, dizia Martha, preocupada com o coração vascaíno do marido.

- Continue a tricotar o papo aí com Marina, estamos com a taça nas mãos, é só manter o resultado, respondeu Olavo.

- Como? Estamos perdendo o jogo e você vem me falar em ser campeão, só pode ser o vinho que está fazendo efeito, retrucou a esposa.

E aí veio o intervalo, ainda bem, e os ânimos serenaram. Olavo desceu um pouco e foi dar um giro pela Formosa, onde foguetes pipocavam e os vascaínos se reuniam na Sorveteria Líder a espera da grande festa.

Quando o empate apareceu, naquele frangão do goleiro do Coxa, a festa começou e nem mesmo os pedidos de Marina e Martha para que fizéssemos silêncio, moramos em apartamento,deu resultado. O gol do Coritiba, que fez 3x2, é que calou a sala e o entorno da Rua Gonçalves Dias.

Martha insistia em dizer que não dava prá fazer festa com derrota e não entendia o motivo de tanta alegria quando o apito de Sálvio Fagundes trilhou para encerrar a decisão. O vascaíno surtou com o título e saiu as ruas com seus buzinaços e, em caravanas, desfilaram pela cidade botando prá fora o grito enrustido há algum tempo dentro do peito.

Olavo se despediu, pegou o CD com o hino do Vasco, botou no carro e me pediu: - Leve Martha em casa prá mim, por favor, ela jamais vai entender que mesmo perdendo o jogo a gente pode gritar que é campeão.

- Não entendo mesmo, vocês perdem o jogo, levam um calor danado do adversário e ainda vão prá rua comemorar como um bando de loucos. Vou prá casa e amanhã a gente conversa. Detonou a esposa, que pelo visto não tem nada de vascaína, no fundo puxou o pai, um flamenguista alucinado que conheço desde que cheguei à Campos.

Comentários

  1. Adilson,
    Você precisava ver o Felipe, meia-noite, correndo pela Vila, com uma vuvuzela e berrando: "É campeão!" Embora ele seja de 21/08/97, título mesmo, é esse que ele tá entendendo. Está tão surtado que nem precisei dar o empurrão matinal prá escola. Faço coro com ele: É campeão! Aguardem a Libertadores de 2012.

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  2. Meu coração chegou a 171 batimentos por minuto, não sei o porquê, estava tão calmo! / Abrs.

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