E os paulistas não venceram na estreia do Brasileiro

As vezes a gente dá um pitaco e a turma acha que estamos falando bobagem ou contando lorota prá boi dormir. Hoje, pela manhã, ainda com o amargo empate do Flamengo atravessado pelo gogó, meu bom amigo Ermê Sollon liga para contar sobre suas perspectivas da rodada do domingo.


Conversa vai... Conversa vem.... e nós entramos em  um papo sobre palpites e desafios sobre o futebol do Rio e de São Paulo. A meu lado, no Armazém do Lenílson, César me olhava incrédulo com o que comentava com o velho jornalista.


- Não acredito no futebol paulista do momento. Tirando o Santos, que tem o melhor grupo do Brasileirão, o resto não emplaca este ano e tenho certeza de que hoje, na rodada, só ele não vai perder mesmo  jogando com os reservas lá na Bahia.


Sollon também achou que eu falava demais e estava em devaneios. - Este time do Botafogo não me agrada e Vasco e Fluminense vão com reservas e o Rio vai "pagar mico' na rodada, que já começou com o Flamengo empatando lá em Pernambuco.


Até cantei a bola para ele. Sollon, e para o César, vascaíno incrédulo com o seu time para o jogo contra o Grêmio. Anote ai, disse eu para os dois, Sollon lá em Niterói, via telefone, e César, a meu lado, no balcão do armazém. 


- Vasco vence mesmo com os reservas, o time do Grêmio é tal qual seu treinador,acha que é alguém e não vai a lugar nenhum. O Fluminense vai fazer jogo bom mesmo atuando com um misto de reservas e não aproveitáveis, é melhor do que o time do Corinthians, também reserva. E para fechar digo que o Botafogo não perde para o São Paulo.


Fechei o papo e sai dali para não ter que dar explicações, afinal não é sempre que a gente dá um pitaco deste e espera que algum louco concorde contigo. Vim para o prédio, onde o Zé Mario me esperava para um churrasco na hora do almoço e esperar a hora de subir para ver os jogos nos canais premiere.


A bola rolou e... Bingo! Deu Vasco, com categoria, na cabeça. Deu Fluminense, no sufoco, no Pacaembu. Deu Botafogo, de virada, no Engenhão. E deu Galo lá em Campinas. Como ontem teve empate entre Palmeiras e Portuguesa e o Santos não venceu em Salvador, fica aí, para quem quiser me contestar, o futebol de São Paulo não viu vitória nesta primeira rodada do Brasileirão.


Isto quer dizer então que não tem favorito entre os paulistas para o Brasileiro 2012? Não. Não sou louco de fazer um prognóstico destes, apenas acertei os vencedores, coisa de amador, e não me arrisco mais a estes palpites, foi apenas um comentário feliz para quem não tinha assunto pela manhã para falar com o velho e querido amigo via celular.

Comentários

  1. Não gostei de nada do que assisti, exceto Botafogo e São Paulo, não pelo futebol apresentado, mais pelos gols. Foi triste tecnicamente falando a rodada inicial, com jogos fraquíssimos e uma quantidade absurda de passes errados. O passe é o fundamento principal do futebol e no Brasil os erros são grotescos. Outro detalhe que vem chamando a atenção são os esquemas táticos defensivos implantados pelos nossos "professores", cheios de volantes brucutus, que mal sabem dar um passe. Enquanto na Europa vários times de ponta estão jogando no 4-3-3, aqui no Brasil temos o 4-5-1 e alguns mais retranqueiros chegam a usar o 5-4-1, com três zagueiros e até três volantes. Na minha simples opinião, de um apreciador do bom futebol, uma linha de quatro defensivos, com dois volantes, sendo um mais pegador e outro de qualidade, dois de criação e mais dois atacantes, sendo um mais de área e o outro se movimentando e sempre tendo o apoio dos laterais. Não aceito um time com apenas um jogador de criação e ainda com obrigação de voltar para marcar. O futebol brasileiro caiu na mesmice e não tenho dúvidas em afirmar que tão cedo não ganharemos uma Copa do Mundo. Até pelo material que tem no elenco, o Murici ainda é o técnico que tenta implantar um estilo de jogo mais ofensivo. Por isso digo para muitos que o futebol espetáculo e bonito de se ver foi até a década de 80, onde quase todos os times jogavam com um volante, dois meias de criação, dois pontas e o chamado centroavante artilheiro. Quantas saudades de um futebol que não veremos mais!

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  2. Ainda no tema acima, posso exemplificar alguns times do Rio que marcarem épocas na década de 80: Flamengo com Raul, Leandro, Mozer, Marinho e Junior; Andrade (único volante, mas um craque), Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. O Fluminense de Paulo Vitor, Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Deley e Assis; Romerito, Washington e Tato. O Vasco de Acácio, Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho; Dunga, Geovani e Tita, Mauricinho, Roberto e Romário. A seleção de 82 não ganhou a Copa, mas o futebol apresentado até hoje é lembrado em todo o mundo como um dos mais belos em todos os mundiais. O que o Barcelona apresenta hoje é muito parecido com o que a Holanda mostrou ao mundo na década de 70, que faltou o título mundial pela seleção para carimbar aquela geração. A nível de clubes o Ajax, da Holanda, foi tricampeão europeu em 1971/72/73.

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  3. Tadeu,
    Mata os velhos do coração, Mata. Essas suas lembranças são maravilhosas!
    Você e Adilson entendem bastante de táticas, por isso, analisam com muita propriedade todos esses esquemas. Eu que entendo muito pouco disso, observo esse lado do futebol sem muito interesse, todavia, acho que os nossos treinadores e jogadores no que diz respeito aos esquemas táticos, estão muito abaixo dos demais treinadores dos outros times sul-americanos.
    Faço esse comentário para destacar o nosso Atahyde de Souza, aqui da terrinha, há muito tempo atrás quando treinava os meninos da A.A. Miracema, orientava-os assim: avança a defesa e recua o ataque, isso queria dizer, a meu ver, o seguinte: o time deveria ser um só bloco de dez jogadores tanto no ataque quanto na defesa. Guardadas as devidas proporções, foi de fato o precursor do futebol jogado hoje pelo Barcelona. / Abrs

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  4. Eu, com esta colocação do Zé Luiz, eu me lembro do Jairzinho, do Operário, que fingia escalar Tindê no ataque e seu filho Jair como zagueiro. Mudava os números das camisas como se ninguém em Miracema soubesse quem era quem e onde jogava.
    Ronzê e Zé Luiz morriam de rir com as escalações distribuidas para a Princesinha.
    Não que Vasco ou Fluminense sejam assim, mas o Flamengo tá quase igual.

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  5. Os números usados são apenas detalhes para exemplificar o time dentro de campo. Mais importante que os números são as condições técnicas dos jogadores, a boa movimentação dentro de campo (o Barcelona é um exemplo) e um técnico capacitado, que consiga embutir na cabeça de determinados atletas que ele não joga sozinho, precisa de seus companheiros para formar um time vencedor. O Telê Santana fazia isso muito bem e o Murici, que trabalhou como seu auxiliar no São Paulo, parece seguir uma trajetória idêntica. O que muito afeta o futebol brasileiro atualmente, tanto com os técnicos e jogadores, tendo a imprensa uma parcela de culpa, é a grande valorização e destaque para coisas comuns que são elevadas a quase genialidade. O que mais temos hoje são técnicos e jogadores egocêntricos. Para se chegar perto de determinados atletas tem que se fazer uma verdadeira maratona de contatos com procuradores, empresários, assessores de imprensa e por último os seguranças. O Adilson foi repórter de campo e o senhor José Maria fez parte da melhor época da revista placar, são amigos que podem dar os seus exemplos. O futebol brasileiro passa por uma crise que vai desde as categorias de base até o presidente das agremiações esportivas.

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