Célio Silva, o Canhão do Parque e Gigante do Beira Rio

Amanhã, 20/05, quem faz a festa é Célio Silva, ex-zagueiro de Vasco, Inter, Corinthians, Flamengo e Atlético Mineiro, entre outros, e quem dá o presente é seu conterrâneo, Ademir Tadeu, com este belo texto resumindo sua vida esportiva. 

Por Ademir Tadeu


Vagno Célio do Nascimento Silva (Miracema, RJ, 20/05/1968) – Zagueiro, de ótima impulsão, boa colocação e força física. Possuía um chute muito potente e marcou muitos gols de falta aproveitando esse canhão que o acompanhou ao longo de sua carreira. Foi dele o gol do título da Copa do Brasil de 1992, pelo Internacional, de pênalti, já no final da partida contra o Fluminense. 

 Desde os tempos que jogava aqui em Miracema, onde tive o prazer de atuar ao seu lado defendendo o Vasquinho, do saudoso Sabino, e de seus outros quatro irmãos, Zé Maria e Arilson (goleiros), César e Milson, já demonstrava a sua versatilidade de jogar em mais de uma posição e uma liderança que o fez um jogador respeitado e adorado por onde passou. 

Outro fator importante foi a persistência por não ter desistido da carreira logo na primeira adversidade que encontrou em Campos, depois de sair de uma cidade pequena do interior e ir morar longe da família. 

No início do ano de 1987, quando estive fazendo testes no Americano ele já fazia parte do grupo profissional e comprovei pessoalmente o quanto era difícil a sua luta para seguir adiante e concretizar o sonho de vencer no futebol. 

Poucos sabem as dificuldades pelas quais passou até chegar o momento de desfrutar da fama e da condição de ídolo de duas grandes e apaixonadas torcidas, do Internacional e do Corinthians, onde conquistou títulos importantes e deixou o seu nome marcado na história dos respectivos clubes.  Até hoje é reverenciado e convidado freqüentemente a participar de diversas festividades que envolvem as duas agremiações. 

Não posso deixar de citar duas pessoas que foram muito importantes no apoio, em todos os sentidos, para que o Celinho, assim o chamávamos quando por aqui jogava, tivesse a mínima condição de suportar os obstáculos e a saudade de casa: José Maria, seu irmão mais velho, e o nosso amigo e conterrâneo Adilson Dutra, que em Campos já residia e deu um apoio total e irrestrito ao garoto. 

Célio saiu de Miracema para o time de juniores do Americano em 26 de fevereiro de 1986. Logo foi alçado para o time principal e em pouco tempo virou titular da zaga do time campista.  As convocações para a Seleção Brasileira de base virou rotina em 1987, onde participou do tradicional Torneio de Toulon, na França, e fez parte do grupo no Mundial de Juniores, no Chile. Logo despertou o interesse de outros clubes e o Vasco foi mais rápido e o contratou junto ao Americano. 

Teve bons momentos no time carioca, mas o clube não teve a devida paciência de segurá-lo por mais tempo, já que o mesmo ainda era muito jovem.  Pelo Vasco foram 133 jogos  e 3 gols (campeão carioca em 1988 e do brasileiro em 1989), Internacional (campeão gaúcho em 1991 e 92 e da Copa do Brasil em 1992), Caen/França, Corinthians, 157 jogos e 19 gols (campeão paulista em 1995 e 97 e da Copa do Brasil em 1995), Goiás, Flamengo, 19 jogos (campeão carioca e da Copa Mercosul em 1999), Atlético (campeão mineiro em 2000), Universidad Católica/Chile (campeão do Apertura 2002) e retornando ao Americano para encerrar a carreira, em 2003. Pela Seleção Brasileira foram 9 jogos, todos oficiais, entre os anos de 1992 e 1997. 

Fez parte do elenco que conquistou a Copa América de 1997. Por muito pouco não disputou a Copa do Mundo de 1998, na França. Os sérios problemas no joelho abreviaram a trajetória de Célio Silva no futebol.

Após encerrar a carreira, fez cursos e se preparou para ser técnico de futebol, chegando até a comandar alguns times. No entanto, o lado social falou mais alto e atualmente é um dos comandantes do projeto Esperança Esporte Clube, projeto esse direcionado para as crianças carentes, que procuram no esporte a “esperança” de um futuro melhor, não necessariamente em ser um jogador de futebol, mas preferencialmente um homem de bem e digno com a profissão que abraçar. 

Parabéns, Célio, por mais um ano de vida e que você tenha muita saúde para continuar com esse projeto, ao lado de seus companheiros, de dar oportunidades e, ao mesmo tempo, vislumbrar um futuro melhor para os jovens. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fla quebra rotina

Carioca 2023 -

Eis a minha seleção