River x Boca me leva de volta ao passado

Assistindo ontem, na telinha do Sportv, River Plate x Boca Júniors, minha cabeça ficou recheada de lembranças de um passado bem distante, dos tempos em que ainda corria atrás de bola lá na terrinha e nem pense que foi uma jogada bonita, um craque que me fez voltar ao passado, o que me levou a recordar os bons tempos de atacante do Esportivo ou da Associação foi a violência do River Plate contra os garotos do Boca, uma estupidez sem tamanho, que não teve punição do soprador de apitos, mais perdido do que os árbitros da terrinha nos confrontos que vieram a minha cabeça na noite de ontem. 

O River pode até ter futebol, mas o que vi ontem foi lamentável, seus jogadores pareciam possuídos e levaram para campo um ressentimento inviável para o momento atual do nosso futebol, perderam três jogos consecutivos este ano, foram os piores entre os dezesseis classificados para as oitavas de final da Libertadores e, diante de sua torcida, não poderiam decepcionar e então apelaram para ignorância e ganharam o jogo, 1x0, mais na intimidação do que jogando futebol, com um pênalti que o juizão acomodado arrumou para poder sair ileso do Monumental de Nuñes. 

Mas o que tem a ver o jogo de ontem com minhas lembranças? Pergunta você. E eu respondo sem medo de ser feliz. Certa vez, lá no Estádio Municipal de Miracema, jogavam Esportivo x DER, que tinha uma defesa de botar medo em qualquer atacante da cidade, Cabana, Sete Pernas, Para Ráio, Pula Nágua e Capela, pelos nomes você já imaginou, né mesmo? E nosso ataque era formado por cascudos e veteranos, homens fortes e sem medo de nada, que o Jaci, nosso técnico, resolveu botar em campo para enfrentar os butinudos. 

Só que os fortes não conseguiam nada e se intimidaram com a força bruta dos defensores do DER. No intervalo, perdendo o jogo por 1x0, Jaci resolveu atender a indicação do Bizuca e mudou radicalmente o time e a forma de jogar do Esportivo, recuando Alvinho para a zaga, mandando entrar eu (Adilson), Cacá e Thiara, para jogarmos ao lado do Júlio, que estava em campo, e do Geraldinho, que saiu da zaga e foi para o meio ser o nosso protetor, e a coisa mudou de rumo. 

Jaci só deu uma instrução: "Corram e não prendam a bola, partam para cima do Capela e do Sete Pernas que estaremos com o jogo nas mãos". Bingo! Botamos a bola no chão, impusemos uma correria pra cima dos caneludos, deitamos e rolamos no placar e no jogo, a torcida delirou com cada lance nosso e no final, bem no final foram quatro gols, poderia ser mais, e os caras do DER pregados em campo pedindo pelo amor de Deus para que o Russo, o juiz do jogo, acabasse a partida antes dos 45 minutos finais. 

E fica uma lição, contra butinudos e caneludos o bom mesmo é tocar a bola e deixar os caras na roda, eles não saberão o que fazer, mas o River Plate, ontem, não encontrou um rival disposto a fazer o mesmo que fizemos contra o DER e mandaram em campo como leões indomáveis diante de cordeiros abatidos. 

Comentários

  1. Que zaga!!!!!! Contra a força não há resistência, mas Gandhi venceu uma guerra.

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  2. Vi ontem um tremendo de jogo, Cuiabá 5 x 1 Remo, final da Copa Verde. Jogão. No primeiro jogo da decisão foi o Remo venceu de 4 x 1, podia perder de 2 x 0 que levaria o título, já no primeiro tempo sai perdendo de 3, começou o segundo levou mais 1, e o Cuiabá não parava de atacar, num cruzamento acabou levando um gol o que levaria a decisão para os penaltys, pouco depois o Cuiabá fez o 5º e queria mais, não parou nunca de atacar, mas no finalzinho um outro cruzamento e o Remo perdeu a chance de fazer o gol e sair com o título. Uma transmissão gritante do EI, mas o cara transmite com emoção, qualquer lance é perigoso, parece locutor de rádio, vende com muita facilidade o que quiser. A voz é irritante mas coloca vibração na transmissão.

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  3. É bonito o futebol, futebol, não violência. Ontem assisti uns quinze minutos desse jogo, desisti só fiquei sabendo o resultado depois. Lamentável! Parabéns Sefinho por ter a coragem de assistir outros jogos fora da grade de programação dos principais canais esportivos. Ano passado estava em Brasília e tive oportunidade de assistir o jogo final entre Brasília e Paissandu, o Brasília ficou com o título da Copa Verde. Magnífico jogo.

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    1. Pra mim esse jogos representam a realidade do futebol, jogadores meio profissionais meio amadores vindos da várzea, jogam pra ganhar, atacam sempre, os técnicos são lunáticos sonhadores e choram por amar o futebol.

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