DESPEDIDA DO VELHO MARACANÃ


Brasileiros e brasileiras reclamam do estado lastimável dos gramados de nossos estádios. Técnicos, jogadores, preparadores físicos e até médicos vão a grande imprensa para soltar balões detonando o descaso da CBF e dos proprietários dos palcos dos jogos do Brasileirão.

Isto é coisa antiga e a febre de bons gramados durou pouco tempo, até o outrora condenado gramado do Estádio Godofredo Cruz, em Campos, passou por uma excelente reforça e virou tapete, assim como o da Vila Belmiro, em Santos, porém, tem sempre um porém, o fabuloso tapete verde do Maracanã está impraticável. É o fim.

Hoje o Maracanã e seu péssimo gramado, se despedem do torcedor com Flamengo e Santos se exibindo sobre a grama mal cuidada, para uma arquibancada reduzida onde estará um torcedor sem esperança. Flamengo e Santos já proporcionaram grandes espetáculos neste mesmo Estádio Mário Filho, onde Pelé gostava de jogar e a grama do “maior do mundo” parecia sentir quando o Rei pisava por ali, ficava verdinha e bonita de se ver de perto ou de longe, via televisão.

Mas tem um diferencial, a grama castigada e já reduzida do Maracanã, não verá Zito, Mengalvio, Pelé, Pepe, Coutinho ou Zico, Dida, Doval, Geraldo, Carpegiani, Adílio, Júnior ou Leandro. Hoje teremos Val Baiano, Zezinho, Leandro, (o Amaral), Marcel, Zé Eduardo e outros que, com certeza, castigarão o já arrebentado gramado do sessentão Maracanã.

Hoje não tem Neymar, suspenso, que poderia nos dar uma alegria durante o espetáculo, não teremos Robinho e Wesley, que foram embora em busca de Euros, e muito menos Paulo Henrique Ganso, contundido, que era a certeza de grandes jogadas.

Hoje o Flamengo não terá Val Baiano, vai para o banco de reservas, Leandro Amaral, mesmo destino, e nos seus lugares Silas promete colocar a nova dupla de ataque, Diego e Deivid, que terão as mesmas companhias dos companheiros barrados, ou seja, Pet, Renato, Correia e Willians, no meio campo. Isto quer dizer que muda, mas não muda muito, mas a frágil grama agradece.

RECORDANDO - Poderia aqui lembrar o jogo final do Brasileiro/83, quando o Flamengo venceu o Santos por 3x0 e conquistou o título. Poderia lembrar aqui um jogo, pela Copa do Brasil, em que o Peixe virou em pleno Maracanã e tirou o título do rubro-negro carioca. Mas nada, gostaria de lembrar de um jogo atípico, um daqueles que entram prá história.
Tinha eu 11 anos de idade e lá estava, como meu pai Zebinho, nas arquibancadas do Maracanã para ver Pelé & Cia, isto mesmo, meu pai era fanático pelo Flamengo, mas não perdia um jogo do Santos no Maracanã. A cada jogo de Pelé, no Rio, o velho pegava uma carona com o Seu Juca Alvim, no caminhão da cerveja, e rumava para a capital para ver o Rei em campo.
Vimos um show de Pelé e sua turma, goleada histórica por 7x1, mas em compensação, na semana seguinte, ouvi pelo rádio, na voz vibrante de Jorge Cury, que o rubro-negro devolvendo a goleada, não de sete, mas goleou jogando no Pacaembu, por 5x1 e naquele dia meu pai se sentiu vingado.

POR OUTROS GRAMADOS - Lá no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, a bola vai rolar de forma irregular, mas com certeza será amenizado pelos toques clássicos de Deco, Emerson ou Fred, que deve voltar ao time segundo a deixa de Muricy Ramalho. Por lá o Fluminense, líder e que vem de três empates consecutivos dentro do seu palco preferido, o Maracanã, busca quebrar a série e vencer o Guarani, que conhece bem cada buraco do campo em que treina e manda seus jogos no Brasileirão.

Comentários

  1. Para os torcedores do Flamengo a despedida do maraca foi triste. O time parece um bando de peladeiros correndo atrás de uma coisa redonda. A situação está feia e a segundona e logo ali.

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