Denanovoska: A primeira aventura na neve


A saída de Budapeste foi sentida, a cidade é linda, receptiva e um ar de festa insuperável, seus palácios, transformados em casas noturnas ou em hotéis fantásticos, dão um toque especial a capital húngara, mas a viagem continua e não pode parar por emoções ou sentimentalismo forte, e, além do mais, algo diferente estava para acontecer.

Estávamos a caminho da Polônia e a passagem pela Eslováquia era obrigatória e o almoço estava previsto para um lugar que pouca gente se interessou ou fez cara de emburrado, pode colocar este que vos fala entre estes, afinal seria mais uma parada daquelas insignificantes ou que nos faria gastar um dinheiro extra em restaurante de beira de estrada.

O guia, Luis Marques, um camarada de bem com a vida e com quarenta anos de estrada, nos prometeu uma bela surpresa: - Vocês verão um lugar inesquecível e me agradecerão pelo resto de suas vidas, dise o português deixando  um suspense no ar. Seria conversa de vendedor, indagamos cheio de dúvidas.

Que nada. Tudo de bom estava para acontecer, até a primeira aventura dos quase dez dias de viagem pelo Leste Europeu. Pela janela do ônibus, agora dirigido por outro húngaro, o Tibor, já percebíamos a mudança da paisagem e, pela quantidade de neve nas árvores, nos morros e nas plantações já sabíamos que a temperatura não iria melhorar nas próximas horas, mas não tínhamos noção do que iria acontecer.


Eis que na sua primeira preleção do dia, ao microfone do ônibus, Luis Marques anunciou que iríamos almoçar em uma estação de Ski, na Eslováquia, e que o visual era deslumbrante, e que conheceríamos a neve em todo o seu esplendor. Fiquei surpreso e feliz ao mesmo tempo, afinal já havia visto o gelo em outra estação de Ski, o Vale Nevado, no Chile, mas a esta altura, pela quantidade de neve lá fora, eu aguardava algo muito mais interessante.

E foi. Na chegada ao lugar todos no ônibus se transformaram, o silêncio acompanhou a manobra de Tibor na subida pela neve e nas tentativas, frustradas, de estacionar o veículo mais próximo do restaurante. Impossível, a neve caia forte e o caminho ficou intransitável, o jeito era descer, encarar o frio e o gelo, e seguir a pé os quase quinhentos metros que separam o estacionamento do bar/restaurante no alto da montanha.

Escorregões aqui e ali, filmei um interessante e registrei as quedas de algumas senhoras e moças, mas nada grave ou que provocasse um medo maior, apenas uma emoção a mais nesta primeira aventura do nosso passeio. 

Almoço regado a um bom vinho, claro, para esquentar o peito e armazenar calor suficiente para seguir em frente, afinal outras emoções estavam no programa do dia e a próxima parada seria na terra natal do Papa João Paulo II. 

Comentários

  1. Nota 10, camarada. Nota 10 Beijos na dona Marina.

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  2. Valeu, Zé. Gostei demais, ano que vem vou completar o leste com Rússia e outros, muito linda a região. Frio é que foi bacana, com neve. Vou completar os comentários hoje. Abraço.

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