Roberto Dinamite no Barça e a Globo em Miracema

Eu não sei o motivo, mas hoje eu me lembrei da passagem de Roberto Dinamite, o maior ídolo do CR Vasco da Gama, pelo Barcelona, frustrante, eu sei, principalmente para o atacante, que se declara frustrado por não ter conseguido sucesso com a camisa do time Catalão e retornado ao Brasil praticamente derrotado por ter  sido descartado pelo então treinador do Barça, Heleno Herrera, que não lhe deu chances de jogar mas, pelo menos, o liberou para retornar ao Brasil e ao seu Vasco da Gama. 

Eu dizia acima, na abertura do primeiro parágrafo, que não sabia o motivo que me fazia escrever sobre Roberto Dinamite e o Barcelona, mas batendo nas letrinhas do computador e olhando a data da estreia do craque brasileiro no time espanhol, me lembrei o motivo. 

Edson Mauro, um dos maiores narradores esportivos do rádio brasileiro, narrou ontem, pela sua Rádio Globo, Flamengo x Ponte Preta e hoje, mais cedo, ouvi a narração deste monstro sagrado do rádio, no Redação Sportv, e gostei imensamente mesmo tendo sido gol de Fernandinho.

E aí sim, o verdadeiro motivo para eu falar da estreia de Dinamite no Barça, me vi voltando 36 anos atrás, exatamente em janeiro de 1980, e me vi voltando a Miracema para recepcionar Edson Mauro, já na Globo, para narrar Seleção de Miracema x Seleção Carioca de Juniores, um amistoso conseguido pelo saudoso Maninho (Alcir Fernandes de Oliveira) que seria jogado no Ferradurão, recentemente inaugurado. 

E o que tem Edson Mauro com isto? Muita coisa. A Globo e a Tupi, que também mandou equipe completa para Miracema, estavam lá para o famoso "encher linguiça" e fazer tempo para a estreia de Roberto Dinamite com a camisa do campeão espanhol, a Globo mandou Jorge Cury, seu titular, para Barcelona e, como o jogo começaria às seis da tarde e o tempo ocioso teria que ser preenchido, para Miracema foram Edson Mauro, já famoso, um comentarista e um repórte, cujo nome no momento eu não consigo me lembrar. 

Foi um dia de gala para a cidade, claro, foi um dia inesquecível para este escriba, que além de ter sido escolhido para recepcionar os futuros companheiros na cidade, ainda tive a chance de fazer comentários na Globo e na Tupi e o prazer de dois ou três dedos de prosa com as feras do rádio esportivo da capital.  

Foi um dia emocionante vivido no Restaurante Ele & Ela, à tarde, e uma noite inesquecível no Bar Pracinha, onde finalmente pudemos tomar uma boa cerveja e travar um grande papo, lembrado por nós na primeira vez que nos encontramos, no Godofredo Cruz, cinco anos depois.