Revivendo meu tempo de setorista

Estava saindo para um giro pelo centro da cidade e no caminho alguém me parou para saber do Goytacaz FC, e, como estava próximo ao Arisão, estádio do Alvianil ali na Rua do Gás, me deu uma baita de uma saudade dos tempos em que fui setorista da Campos Difusora e Rádio Cidade de Campos, naquele tradicional clube campista. 

Me lembro quando por lá cheguei, pela primeira vez, vindo de três anos de cobertura do Clube Esportivo Rio Branco, por onde tive um grande tratamento e de um ensinamento fantástico com os companheiros que por lá trabalhavam, de outros prefixos, como o gordo simpático Luiz Augusto Barcelos, hoje no andar superior, e de pessoas maravilhosas como o presidente Clóvis Arenare, e chegar ao Goytacaz era um desafio muito grande. 

Sim, um grande desafio, repórteres como Pessanha Filho, Barbosa Lemos e Walace Oliveira, meus mestres na Difusora, passaram por ali e suceder Pessanha era uma missão não impossível, mas um pouco complicada, afinal era o nosso decano e o professor de todos nós. 

E lá cheguei, cheio de medo e insegurança e fui recebido pelo baiano/carioca Antonio Leone, treinador que assumia e que deu liberdade de agir e se tornou um bom amigo, eu sabia um pouco do passado do Flamengo e como ele era cria da Gávea e foi campeão com o EC Bahia, em 1959, cuja trajetória eu também conhecia, o papo era legal e ganhei credibilidade em cada noticiário e o presidente, Eraldo Riscado, se tornou meu amigo e "protetor". 

Eram anos dourados do time e do clube, o time vinha de ótimas campanhas no Estadual e na Taça de Prata, chegou a jogar a Primeira Divisão do Brasileiro, naquela época do "seu estado vai mal um time no Nacional", lembram do slogan da CBF e do seu presidente Almirante Heleno Nunes. 

Na Rua do Gás conheci alguns bons amigos que fiz no futebol, que hoje infelizmente não tenho mais notícias, como o treinador Denilson, o Rei Zulu, grande papo e companheiro de rodas de conversas de vestiário e fora dele, Jorge Calixto, um preparador físico exigente, competente e responsável pelo bom ritmo de vários times formados no Estádio Ary de Oliveira e Souza. 

Quando cheguei a Campos, em 1985, Abel Braga era o treinador alvianil, onde começou sua grande trajetória, pouco contato com o ex-zagueiro, que encerrou a carreira por aqui, e substituiu o mestre Pinheiro, que teve grandes momentos dirigindo os dois gigantes campistas, Americano e Goytacaz, e foi substituído pelo mineiro Dawson Laviola, cuja passagem foi rápida. 

Depois de quase aposentado, deixei o rádio no final dos anos 90, me vi novamente envolvido com o clube alvianil, chamado que fui pelo Dartagnan Fernandes, seu presidente em 2001, para assessoria de imprensa e convivi com dois grandes profissionais, Waldemar Lemos e Luiz Antonio Zaluar e o segundo praticamente definiu minha aposentadoria após a seletiva que "garfaram" o Goytacaz FC eme deixar totalmente descrente de tudo que rolava na Federação do Rio de Janeiro. 

Belos momentos e que deixaram amigos, principalmente no meio dos torcedores, que me respeitaram e me deram crédito com a audiência e que até hoje mantenho contato e sou profundamente grato a todos eles. 


Comentários

  1. Essa década de 80 foi de ouro para os times campistas. Lembro-me de uma passagem com o Jorge Calixto, acompanhado do amigo Bebeto Alvim, que após um jogo do Goyta nos encontramos naquele bar que ficava em frente ao portão de entrada do Arizão, não sei se ainda existe, e conversamos por mais de três horas sobre futebol. Fiquei impressionado com a sua simplicidade e conhecimento do ramo. Adilson, aquele time do Goyta de 1987, que foi dirigido pelo Leone e também tinha os irmãos gêmeos e baianos, Kel e Zó, que estavam emprestados pelo América, foi o melhor que vc presenciou no período em que trabalhou no rádio? Jorge Luís, Zé Paulo, Cléber, Amaral, Valtair, Haroldo, Fazoli, Kel, Zó, Edvaldo, Cosme, Bel, Luís Alberto, Paulinho e outros. Era difícil ganhar desse time jogando em Campos.

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    1. Se não foi o melhor está entre os três de todos os tempos na memória do torcedor alvianil. Eu, como sempre, sigo o seu pitaco e considero o melhor que vi nestes trinta e dois anos de bola por aqui.

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