Segunda-feira amarga no Pan 2011

O choro de Damiris, do basquete feminino (foto), mostra a frustração das brasileiras após derrota para Porto Rico, de virada e com direito a erro fatal no último segundo.


A segunda feira não foi muito boa para o esporte brasileiro presente no Pan de Guadalajara. A queda das meninas da ginástica, o fiasco do basquete, a "entrega" do handebol, a frustração de Fabiana Murer e, somados ao fracasso do futebol, no domingo, marcaram negativamente a passagem do Brasil nas olimpíadas das Américas.


Foi um prato cheio para os pessimistas e para os críticos das administrações esportivas do país, mas cá prá nós, que ninguém nos ouça, não vejo por este ângulo a prata de Fabiana Murer, que tentou e fez de tudo para conseguir a vitória e, consequentemente o ouro. "Fiz o meu máximo neste final de temporada. Não deu e não estou arrependida de ter vindo tentar o ouro", disse a atleta ao final de sua participação.


Porém, tem sempre um porém, além ao ridículo rendimento do futebol masculino e do basquete feminino, dá-se uma alfinetada para o "amarelão" do handebol dos homens, que abriu uma frente bem ampla e conseguiu perder para Argentina após catimba dos hermanos em quadra. Que feio!


Ontem, quando começou o atletismo, comentei com amigos que o Brasil marcaria boa presença e ficaria com o título simbólico do Pan/2011. Isto mesmo, título simbólico, pois o domínio absoluto dos Estados Unidos deixa as outras nações com um único objetivo, ser o segundo melhor rendimento na competição, mas o fracasso logo no primeiro dia, com sua principal estrela, dá chance a Cuba passar a nossa frente e conquistar ouro suficiente para ser a segunda colocada no quadro geral de medalhas.


Tenho acompanhado, via Rede Record, o Pan de Guadalajara e o que estou assistindo dá para perceber que existe muito dinheiro gasto com o esporte brasileiro e nenhuma melhoria foi vista desde os jogos de 2007, no Rio de Janeiro. O governo faz sua parte, mas os dirigentes são os mesmos e quem sofre, no final da história, são treinadores e atletas que não veem nem dez por cento da grana que dizem investir no esporte de base neste país do jeitinho e da corrupção.