Nuno Dias, do outro lado do Atlântico, vê e na Barra não enxergam

Li agora, no site Futebol Portugal, um comentário de um analista esportivo luso, Nuno Dias, que retrata piamente a atual situação do nosso futebol. O gajo diz que respeita e admira, desde miúdo (criança) o futebol brasileiro, tem Garrincha, Pelé, Zico e Romário como ídolos e é fã incondicional de Bebeto, Branco e Ronaldo Nazário de Lima, como ele chamou o Fenômeno, e tem uma grande decepção: "Os treinadores são fracos" e o título do seu texto, no site, é "Brasil, país dos futebol e de treinadores fracos". 

Esta é a verdade, o treinador brasileiro é, no geral, fraco e despreparado e há muito tempo não temos um destes professores brilhando em algum lugar onde o futebol esteja no primeiro plano da Uefa, até no país do Nuno Dias, Portugal, não importa treinadores brasucas para comandar suas equipas. Esta é a verdade, a base da nossa CBF está entregue a "professores" desconhecidos, amigos da comissão técnica dos profissionais e o trabalho feito nas categorias deixam a desejar. 

O jornalista português é mesmo ligado no nosso futebol, ele relata com detalhes o jogo da seleção sub-17, do Brasil, que disputa o Mundial da categoria, no Chile, contra a Coréia do Sul, que como potência mundial deve figurar no 100o lugar de algum ranking da Fifa, e destaca em sua coluna de hoje no site Portugal Futebol:

"Há dois dias estava a ver o jogo da selecção Brasileira de sub 17 contra a Coreia e vi um conjunto de jogadores de enorme talento, completamente desorganizados em campo, onde os médios ainda não entendiam o fenômeno da cobertura e os laterais defendiam tão largo como atacavam. isto treina-se e é grave quando aos 17 anos um jogador ainda não domina estes fundamentos."

Como diria aquele personagem do humorístico, quando estes programas eram coisas sérias e bom de se ver: "Tirou daqui", é justamente o que penso e creio que você, que me acompanha, pensa também.

E o gajo comentarista encerra a sua coluna com uma ótima colocação, que também comunga com o meu pensamento: Não estará na altura certa para o Brasil investir em treinadores brasileiros para sua formação? Até para os técnicos brasileiros possam ter o upgrade que precisam?"

O moço, lá do outro lado do Atlântico, sabe das coisas e, por aqui na Barra da Tijuca, na capital dos cariocas, não se move uma palha para que isto possa acontecer. E olhando para os principais campeonatos do mundo, inclusive a Champions e a Uefa League, não há um treinador brasileiro em destaque nas quase cem equipes participantes. Coincidência? Pergunta Nuno Dias. 


Comentários

  1. Com todo respeito ao jornalista português, ele é um profissional "desatualizado" e não acompanha o futebol como deveria, olhando para todos os continentes. Temos técnicos espalhados por "grandes centros" do futebol mundial, com atualizações monetárias diárias, do jeito que o dólar sobe, e aprendendo muito para quando retornar ao Brasil "aplicar" tudo por aqui. Temos "professores" na Índia, China, Japão, Emirados Árabes, Cazaquistão, Vietnã, entre outros, e até no Butão, que é considerado o país da felicidade. Escrevendo agora com seriedade, a nossa situação é bem pior do que possamos imaginar. Alguns de nossos jornalistas teimam em querer vender um produto que não se tem mais, já acabou faz tempo, e continuam afirmando que estamos apenas em um momento ruim. GOL DA COREIA!!!!!!!

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  2. Ele tem toda a razão quando diz que aos 17 anos os futuros profissionais já deveriam ter uma maior noção de ocupação de espaço e função. Antes dessa idade devemos mesmos incentivar os peladeiros, aqueles que brincam de jogar futebol, mas estamos atrasados em formação de profissionais. Quem viu Fla 2 x 0 Cruzeiro e Cruzeiro 3 x 1 Flamengo no sub 20 da Copa sabe do que estou tentando falar e isso serve para quem vê os profissionais das séries A,B,C e D do brasileiro salvo algumas exceções.

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  3. Nossos "professores" preferem outra irresponsabilidade, a do velho e ultrapassado ser contestado, como Eurico fez no Vasco e Bandeira fez no Flamengo com os contundidos.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Um dos nossos maiores problemas está na divisão de base, com 90% dos clubes não tendo a estrutura devida e praticamente com o único objetivo de vender os jovens para o exterior. Atualmente os clubes que mais revelam jogadores são o Santos, Internacional e Fluminense. O Tricolor carioca revela, mas acaba usufruindo muito pouco de seus valores, que logo são negociados. Outro grave problema na formação do atleta na base são os "professores" de qualidade duvidosa e a pressão por parte de alguns times em conquistar títulos, o que é o menos relevante nesta categoria. Fatores extracampo, tais como os empresários e os pais dos atletas, com pressões para escalação e a consequente visibilidade do garoto, acabam prejudicando, no contexto geral, parte da formação técnica do atleta. Resumindo: está tudo errado! E o resultado final é o que estamos presenciando, pois o jogadores chegam ao profissional com vícios e diversas deficiências técnicas, que deveriam ter sido aperfeiçoadas enquanto mais jovens.

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