Caminhando e cantando...

Andando pelas ruas de Campos, como faço todas as manhãs, logo após o papo da fila do pão, que é o melhor programa do dia, sempre com o Spotify me acompanhando e, claro, ouvindo as playlists que crio diariamente para este fim, me flagrei pensando, sem surpresa, nos tempos dos bailinhos das varandas da minha Miracema, do nosso conjunto, liderado pelo Bebeto Alvim, que não vingou, e por isto aceitei o convite do Maestro José Viana para ser o crooner, naquele tempo era assim que chamavam os cantores dos conjuntos, que hoje são bandas e o cantor é vocalista. 

Mas vamos ao tema da conversa para não alongar muito a leitura dos amigos. Andando pelas ruas, com meu fone no ouvido e no Spotify tocando a playlist Jovem Guarda e afins, comecei a cantar, em voz alta, e um desconhecido me perguntou: - Deve ser muito bom caminhar com estas músicas, né mesmo? Nos leva de volta a um passado musical que até hoje não foi substituído. E foi embora, pena que não continuou, não sei seu nome, e gostaria de reencontra-lo para continuarmos nossa prosa. 

Aliás a prosa rendeu este texto, comparativos com as músicas de hoje? Nada disto, apenas mostrar que nos anos 1960 e, um pouco dos 1970, as canções eram bem letradas e diziam muita coisa, até certo ponto concordo com minha filha, Gisele, que diz que as letras do meu tempo "são bobinhas", palavras dela, eu respeito e retruco: E as de hoje, como as classificaremos? 

E o que você estava ouvindo? Me perguntariam os amigos leitores. Ouvia Tijolinho, com Bobby de Carlo, aquela que diz assim: "Você é meu tijolinho... você é meu tijolão, você é meu amorzinho e que manda no meu coração". É verdade... realmente bobinha, mas diz tudo o que um jovem, daquele meu tempo de bailinhos, dizia para sua garota. 

Jovens tardes de domingo, sim, mas normalmente eram jovens noites de sábado, nas varandas das casas de amigos (as) para ouvir Trini Lopez, com sua La Bamba ou com Granada, aquele disco não furou porque é muito bem feito, tocava todos e ainda repetiam seguidamente as velhas canções gravadas em ritmo mais acelerado. 

Estavam aparecendo os grandes conjuntos, como Renato e Seus Blue Caps, The Fevers, Os Incríveis e tantos outros que deixaram as noites das varandas mais animadas e Wilson Simonal deu o toque super especial, ao lado de Jorge Ben, com suas músicas e improvisos que tomaram conta das rádios e das vitrolas por todo este Brasil Musical. 

Tinha muito para contar, porém... tem sempre um porém, fico por aqui e prometo um segundo texto com maiores detalhes sobre as letras "bobinhas" da minha geração. 

Comentários

  1. Sou da mesma geração, mas nunca aprendi a dançar. E as letras, como diz sua filha, eram realmente bobinhas. Mas nós éramos também mais ingênuos do que as gerações que nos procederam. O surgimento da MPB trouxe um melhor acabamento nas letras. Só que hoje, as ondas musicais trazem letras sofríveis, pífias, às vezes de muito mau gosto. Gostei da crônica.

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    1. Arrematou bem legal. Eu era um bom pé de valsa. Obrigado

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