Revivendo velhas crônicas - O Natal com os Padres Holandeses

 O tempo passou, mas as obrigações do menino não diminuíram, cresci mas a responsabilidade de ajudar meu pai e meu avô, no bar, continuava firme e sem ter como fugir, afinal era dali que saia o sustento da família e por isto havia sempre uma bela união em torno do trabalho em todos os feriados e, principalmente, o Natal. 

Por influência dos padres holandeses, que chegaram para administrar a Paróquia de Santo Antônio, e levado pela nossa professora, Áurea Bruno, do catecismo, gostei do convite para ser "coroinha" do Padre Alberto, e isto, segundo meu tio Ary, era apenas uma desculpa para fugir do trabalho lá no bar, não era, podem ter certeza, eu até cheguei a pensar em ser padre, como os Padres André e Antônio, que eram espetaculares e grandes doutrinadores. 

Padre Alberto, que fazia as refeições em nosso bar, como convidado de Vovó Maria, me deu uma "colher de chá" pedindo ao meu pai para que me liberasse, no horário da tradicional Missa do Galo, para eu ajuda-lo durante a cerimônia, e isto foi combinado con seu Zebinho e por volta das onze da noite, também conhecida como vinte e três horas, eu deixava o bar e me dirigia a casa paroquial para os preparativos. 

Quantas recordações me veem a cabeça neste momento, os garotos mais velhos, sem citar nomes para não ser injusto com quem esqueço no momento, eram os líderes e eu, pequeno e mais novo, tinha sempre a missão de tocar o sino e levar e segurar na batina do Padre Alberto, maravilhosos momentos que só quem viveu estes dias na igreja saberá definir o quanto me fazia bem ao corpo e a alma. 

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