Evolução do material esportivo

Acabei de assistir a um documentário, que narra a trajetória da família alemã, fundadora da Adidas, e como eles foram responsáveis pela evolução do material usado pelos atletas profissionais e amadores desde os anos 1950 até hoje, século XXI e anos 2000.

Assistia a programação e a cada intervalo discutia comigo mesmo e tentava entrar na tela da tevê para usar um daqueles tênis, vestir uma das camisas fabricadas com estes tecidos maravilhosos, que não deixam o suor penetrar na vestimenta, chutar uma daquelas bolas espetaculares com aquelas chuteiras leves que nem uma pluma.

Via aquilo tudo e fechava os olhos procurando me encontrar no passado, nos treinos do Esportivo, que por sinal era o que oferecia o maior conforto entre os times da minha Miracema, do Miracema FC, onde o Polaca fazia milagre e, com ajuda de alguns abnegados, fazia das tripas coração para vestir seus jogadores.

Hoje, vendo este documentário e ontem, ontem, assistindo aos jogos dos campeonatos do ano 2014, me sinto nu quando me recordo do meu material usado nos tempos em que joguei uma bolinha pelos gramados nossos de cada dia. Imagine quantos buracos tinham o meião oferecido pelo Jair Polaca aos seus atletas? Imagine quantos pregos tinham encravados em nossas chuteiras? Imagine quanto pesava uma camisa, um meião e um calção após um jogo, ou treino, com chuva? 

Não, não me diga que você sabe ou imagina saber se não viveu aquele tempo. Não, não me responda se jamais calçou uma chuteira feita por um sapateiro na sua cidade. Não, não me interrompa dizendo que estou sonhando ou mentindo, que já vestiu uma camisa, lavada centenas de vezes, e que ainda guardava o cheiro do último jogador a vesti-La pode me retrucar, caso contrário, se você é dos anos modernos, cale e leia o que tenho a dizer.

E as bolas? Nem me lembre. A bola era usada em dezenas de jogos, jogávamos, treinávamos e batíamos bola nos individuais com as mesmas, porém, tem sempre um porém, em dias de jogos eram pintadas, sempre de branco, com tinta a óleo, para que o torcedor acreditasse que a bola era novinha e de boa qualidade. 

Ledo engano, a cada quique éramos traídos por ela, querendo dizer que aquela tinta estava doendo a “gorduchinha”, a cada chute disparado era uma dor incrível no peito do pé, principalmente quando pegava no pedaço rasgado do meião. 

E as matadas no peito? Ave Maria, era só para corajosos, e os chutes disparados pelos potentes chutadores e respondidos em cabeçadas pelos valentes zagueiros? Não imagine o quanto era gostoso e perigoso jogar futebol naquele tempo em que os apetrechos eram improvisados e de má qualidade.

Segue.... leia abaixo. 

Comentários

  1. Muito oportuno o post.
    Entre 1966 e 1970 joguei um pouco de futebol de campo. A melhor chuteira na época era a Gaeta, mas era cara. Então usávamos as mais baratas, com cravos de madeira que eram pregados. Quando a gente calçava a chuteira parecia que o solado fazia três curvas. E o jogo era naqueles campos de várzea, de terrão. Grama só nas laterais. A bola era aquela de capotão, pesadíssima. E para ficar na barreira? Então, a gente vê hoje o cara com uma chuteira que é uma luva, uma bola levíssima e um gramado sem igual. E o jogador desce pela beirada e vai cruzar a bola e consegue jogá-la nas costas do defensor. Como dizia o Gordo: Me tira o tubo!

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  2. Caramba, parece que estou me vendo fantasiado de futebol. Quando ganhei uma Gaeta, de um amigo que jogava nos profissionais (meu xará, irmão do Almir Pernambuquinho), me senti o mais feliz dos caras, botava a danada dentro do bolso toda dobrada.

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