Minha despedida do amigo Capistrano








Conheci Capistrano Brand Arenare logo assim que cheguei por aqui, eu vindo de Miracema e ele retornando de Omã, onde trabalhou por alguns anos na seleção daquele país do Golfo Pérsico. A integração foi imediata, nosso temperamento igual nos aproximou e nos tornamos grandes amigos mesmo não nos encontrando sempre e não freqüentando a casa de um ou de outro.


Seu sucesso no Futebol de Salão era conhecido por mim, as suas histórias me eram contadas pelo Alceu, da Tupã, amigo em comum e com quem dividia quase que diariamente um pedaço do balcão do bar do Joélcio, nas proximidades do Palácio da Cultura, na Avenida Pelica. 


Capistrano era assunto quase que diário na nossa roda e por isto o conheci muito bem antes mesmo de uma aproximação maior com o amigo, sem contar nossos encontros no Goytacaz, Americano ou Rio Branco, clubes em que ele trabalhou como preparador físico e treinador.


Seus amigos eram os mesmos da minha relação e faltava muito pouco para aproximar nossas famílias, o que foi acontecendo aos poucos e entremeada por uma visita aqui, outra ali, uma saída para um chope gelado, uma cerveja Antártica, nossa favorita, ou um vinho para acobertar o frio dos meses de junho e julho.


Passamos alguns dias em Guarapari, curtindo o carnaval, e isto nos tornou ainda mais próximos e muito mais amigos, nossas esposas se entenderam muito bem e passamos a conviver mais amiúdo e em forma de família.


Um passeio pelo nordeste brasileiro, em 2010, onde conhecemos Recife, Porto de Galinhas, Maceió e outros lugares pitorescos e interessantes, é o que marcou, e marcará, para sempre nosso convívio e nossa amizade. “Somos irmãos de fé e nada nos separa”, dizia Capistrano em todas as despedidas.


A Europa era nosso prato preferido nas conversas de botequim. Capistrano conheceu várias capitais do velho continente e nestas viagens guardou lembranças maravilhosas que era divididas comigo nos papos de alto nível que sempre travamos nos bares ou nas esquinas da vida.


Hoje meu velho e bom amigo é saudade. Capistrano nos deixou no sábado, 14 de julho, e o vazio que sinto no peito é imenso. Deise, Rachel e Brand estão sem o braço forte e o porto seguro, mas podem, vocês, contar com todo nosso carinho, eu, Marina e nossos filhos, faremos de tudo para que a lembrança saudável e doce do Capistrano seja sempre aguçada em nossa memória.

Comentários

  1. Adilson, parabéns pela crônica que tenho a certeza vc escreveu muito emocionado. Quando perdemos um amigo ou parente próximo, abre-se uma lacuna que nos faz meditar o quanto era importante a companhia e a presença de uma pessoa que agora será só saudade dos bons momentos compartilhados. A nossa saúde, a nossa família e os amigos são a nossa maior riqueza. Quando ficamos doente, perdemos um ente familiar ou um amigo, ficamos mais pobres, o que nos faz pensar que a vida tem que ser vivida com intensidade e prazer em curtir as coisas boas que ela nos oferece.

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  2. Verdade, Tadeu. A gente perde os amigos e fica um pouco doído por dentro. Nem com tudo que passamos por este caminho traçado por Deus a gente se acostuma.

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