E o sonho terminou: Sobem Quissamã e Audax


De longe, cá de Miracema, acompanhei a saga do retorno do Goytacaz FC na busca da vaga na Elite, que há vinte anos faz parte do cardápio do torcedor alvianil e na tarde de ontem, um sábado que se mostrava  histórico para os adeptos do Azul da Rua do Gás, tudo caminhava para ser como nos últimos capítulos de novelão mexicano.


Lágrimas antes do jogo no entorno do Arisão, quem me contou foi o veterano Edu Silva, alvianil de quatro costados presente ao estádio para a tão sonhada volta por cima. Lágrimas no primeiro gol, de Vandinho, que botava o Goytacaz fazia 1x0 e com o resultado parcial estava classificado. Lágrimas quando se ouviu pelas arquibancadas e sociais o gol do Audax, abrindo o placar em São João da Barra.


A tensão era total e as atenções antes do intervalo eram todas voltadas para o Estádio Manoel Viana de Sá, em São João da Barra, quando o time da casa empatava o jogo e as esperanças voltavam  nos corações do fanático e apaixonado torcedor alvianil.


Enquanto o Quissamã carimbava sua vaga vencendo o Barra Mansa, no Arisão a torcida, além do radinho no ouvido acompanhando o jogo do Audax, em São João da Barra, os corações batiam, como um surdo de escola de samba, a espera pelo segundo gol, o gol da virada e da possível classificação a Primeira Divisão após vinte anos.


As lágrimas ficaram mais amargas quando o Tigres fez 2x1 e calou de forma melancólica a torcida do Goytacaz nas arquibancadas e em toda cidade. Virada da Fera da Baixada, dentro do Arisão? Alguém não acreditava no que via e os sonhadores de plantão já anunciavam: “Para o Goytacaz tudo é mais difícil e tudo é com muito sacrifício, nosso caminho é feito de pedras pesadas e que serão retiradas com raça, suor e sangue”. 


Final de primeiro tempo, nos três jogos, e as contas eram fáceis: Com os resultados parciais as vagas estariam na Baixada Fluminense (Audax) e no Norte Fluminense Quissamã) enquanto o alvianil, calado e sonhador, continuava fazendo figa e segurando o terço e a medalha milagrosa nas mãos.


Ainda sob o impacto do segundo gol do Tigres, no Arisão, o torcedor levou outra cacetada, gol o Audax, que fazia o mesmo placar da Rua do Gás, 1x2, e já começava a comemorar a vaga de forma antecipada.


Festa momentânea em São João do Meriti e festa definitiva, pelo menos assim me parecia, em Quissamã. Os resultados do intervalo faziam este retrato e, nas arquibancadas do Estádio Ary de Oliveira e Souza, jovens, velhos, moços e senhores se abraçavam entre lágrimas e soluços pensando que tudo estava no fim.


As alternâncias no placar de Campos faziam com que a torcida confiasse em mais um milagre do centenário, porém, tem sempre um porém, aos vinte e dois do segundo tempo o chope ficou aguado com o grito de gol do Audax, o terceiro lá em São João da Barra, e a banda silenciou, o torcedor enrolou a bandeira e o choro ficou maior no entorno do Arisão e nas arquibancadas o que era expectativa se tornou um pesadelo.


Final de festa quando o cronômetro ainda marcava 25’ do tempo final e no coração do jovem torcedor, que lotou o Arisão, a dor de mais um ano na fila de espera. “Se não subiu este ano, que estava do jeito que queríamos, nunca mais. Ano que vem é complicado, tem Americano, Cabofriense e América na parada”, me diz, ao telefone, meu jovem amigo Renato Cordeiro, que lamentava o empate contra o Ceres e o Barra Mansa dentro de casa. “Foi duro, meu professor”, lamentou o futuro jornalista.


Festa em Quissamã. Festa em São João do Meriti e ao saber do quarto gol do Audax, que subiu ao lado do Quissamã, o campeão da Segundona, a torcida saiu em silêncio e respeitando o que os jogadores fizeram durante a temporada.

Comentários

  1. É importante reconhecer o trabalho da diretoria que sabidamente contratou Junior Brasilia, excelente profissional na essência da palavra e o reconhecido preparador físico Rodolpho Maia com experiência internacional. Acredito que o fato de três times de Campos estarem na segundona ano que vem, causará um efeito imediato em ambos na formação de equipes competitivas e organizadas, com profissionais reconhecidos atuando em suas Comissões Técnicas. Um grande abraço meu amigo Adilson, Marcinho, T.Gol

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