Papo de Bola: Voltando aos anos dourados do rádio

O amigo Ademir Tadeu comenta, lá nas páginas do Facebook, sobre o bom time do Americano, no início dos anos 80, e fala em Paulo Sérgio Possidente Campanário, cidadão que completou 60 anos neste ano de 2014, e aqui, na nossa conversa de bola, falo do atleta Té, dono deste nome e sobrenome de famílias tradicionais de sua terra natal, Santo Antônio de Pádua. 

Té foi craque, um dos melhores de nossa geração lá no Noroeste Fluminense, e brilhou intensamente no Americano e se transformou em ídolo alvinegro e grande artilheiro das grandes campanhas. Mas o papo aqui é para cumprir a promessa feita ao Ademir Tadeu, lá no Facebook, quando eu disse que Té fez parte da minha história no rádio esportivo campista. 

Cheguei aqui em 1979, num dia como hoje, chuvoso e friorento, e logo fui até a Campos Difusora para conhecer a turma e saber como seria a recepção para este "caipira" de Miracema e, por sorte minha, encontrei um grupo espetacular e tive o apoio de todos, principalmente do chefe da equipe, Aluísio Parente, que foi com a minha cara e me incentivou. 

Luiz Cândido Tinoco era o dono do programa das seis da tarde e logo me mandou para o Hotel Pálace para falar com a turma do América, que chegara na cidade para o jogo do dia seguinte, no Godofredo Cruz, contra o Americano, e, mais uma vez a sorte me ajudou, encontrei por lá um companheiro de concentração lá no Vasco da Gama, craque do basquete, agora médico do América FC, Fernando Biari, e foi ele que me deu as dicas e me colocou por dentro das novidades do time rubro, dirigido pelo Joubert Meira, ex-lateral do Flamengo.

Trabalho feito, trabalho aprovado e um convite para fechar um contrato era esperado, mas enquanto isto fui me enturmando e me preparando para o jogo do dia seguinte, que assistiria ao lado dos novos companheiros para um aprendizado. Fiz a cobertura do América, ao lado do Pessanha Filho, dei as dicas do que havia ouvido na concentração do hotel e dei um furo, me passado pelo médico Biari, e informei que o América teria dois desfalques importantes para o jogo, vetados pelo DM, que nem mesmo a turma da Globo e da Tupi sabia que iria acontecer.

Foi a dica para subir a cabine, a convite do titular da narração, Aluísio Parente, para comentar o jogo: "Figurinha, sente aqui do meu lado e mostra que você conhece de bola, o pai do nosso comentarista ( Luiz Mário Concebida) faleceu e estou sozinho, sente aqui e fique a vontade. 

Nem precisa dizer que eu me saí bem, afinal até o José Nunes da Fonseca, o decano dos comentarista campistas, que veio socorrer o amigo Parente, reclamou do que falei. Porém, tem sempre um porém, no final do jogo a turma do Americano, que era bem grande na Difusora, reclamou do final do meu comentário, quando eu disse que o América estava muito mal e tinha caixa para cinco ou seis no próximo jogo, contra o Fluminense, no Maracanã. 

No dia seguinte, no programa da hora do almoço, me zoaram e diziam que eu estava começando e queria ser dono da verdade. Fiquei encabulado e esperei o sábado para dar a resposta: Fluminense 6 x América 0 e aí me respeitaram e me respeitam até hoje. 

E porque Té fez parte da minha história no rádio? Ele foi autor do gol da vitória do Americano, 1x0, sobre o América, cobrando um pênalti, e foi meu cicerone ao lado de outro paduano, o goleiro Amauri, por um bom tempo aqui na Planície Goitacá. 

Comentários

  1. Bela narrativa de uma história que vc conta com muito prazer e com todos os detalhes, pois foi a partir daí, que as portas do rádio campista se abriram para um cidadão do interior que buscava o seu espaço e via o seu sonho se tornar realidade.

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  2. Tadeu, isto foi na quarta, no sábado teve um Goytacaz x São Cristóvão e o jogo tava duro para o alvianil. Estava trabalhando no meio campo, como repórter de informações, e cheguei para o Laélio Lopes, técnico do Goytacaz, e disse: Bota o Neguinho (Fumaça) na frente na hora dos escanteios, ele é ótimo no jogo aéreo e pode decidir o jogo.
    Ele me falou que o rapaz ainda era jovem e faltava experiência, mas na hora do sufoco liberou geral e o jogo foi 1x0 Goyta, gol de quem? Fumaça, de cabeça, escorando um escanteio, aos 42' do segundo tempo.
    E o pessoal da rádio ficou doido e o Seu Laélio é meu amigão até hoje.

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  3. E o paduano Té faz um excelente carneiro. Tempero espetacular.

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