Acabou o carnaval. O carnaval acabou?

Se alguém viu o Carnaval de Miracema por aí me mande notícias, por favor. Eu não consegui encontra-lo, e não fiz muita questão de ir atrás ou procurar em lugares remotos, preferi achar do de Palma, cidade mineira próxima a minha terrinha, e me refugiar na casa da manas e no sítio do cunhado Rodrigo, também localizado em Palma, onde pelo menos encontrei boa música, boa cerveja e uma prosa da melhor qualidade. 

Já esqueci a decepção do Clube XV, onde pedi meu dinheiro de volta por me "venderem" carnaval e me entregarem uma música horrível e um conjunto sem sal e sem swing, que tentava, sem conseguir, animar os vinte foliões que, como eu, se aventuraram a adentar ao clube em busca daquele carnaval que não existe mais. 

Já esqueci a decepção de ver a nossa Rua Direita vazia, seus bares sem a frequência de pelo menos um dia normal, meus amigos presos em casa como se fosse pecado ou proibido sair as ruas de Miracema no período de carnaval. 

Já esqueci a decepção de ver as arquibancadas, montadas na Av Luis Fernando Linhares, completamente vazias, aliás isto eu não vi "in loco" e sim em fotos enviadas por amigos, mas mesmo assim me decepcionei e prometi que tão cedo não retorno a terrinha para buscar diversão no período de Momo. 

Passada a ira inicial, no sábado,quando por lá cheguei, me assustei com o que via e registrei em fotos todo meu desapontamento, mas na terça-feira, quando de lá saia, agradeci a Deus por ter me oferecido um carnaval diferente, ao lado da família, unidos como sempre e pude passar quatro dias fantásticos trajando o abada "Carnaval da Família Dutra", na varanda da casa das manas ou na vizinha cidade de Palma, onde minha neta Luna e meu sobrinho/neto Pedro, descobriam que exist carnaval inteligente em algum lugar.

Um dia eu ouvi, de um especialista do tema: "Quem acabou com o carnaval foi aquele que organiza o evento", e este ano eu assino a frase, quem acabou com o carnaval de Miracema são aqueles que organizam o evento. Abraço e ponto final no assunto, vamos ao futebol que é muito mais interessante, aliás esta frase deste parágrafo final serve também para os organizadores do nosso futebol, viu Ferj? 


Comentários

  1. Gostei muito do carnaval de Guarapari. Muitas opções para os foliões: blocos de rua no centro (a maioria) e na Praia do Morro com o bloco Papadefus (...quando você morrer o Papadefus vai chorar no seu buraco...), bandas tocando no palco fixo (Praia do Morro), bandinhas tocando tradicionais marchinhas (Praia do Morro e Centro), desfile de escolas de samba (centro), em resumo: muita alegria, ordem e limpeza, lógico que limpeza no padrão do povo sem educação do Brasil, pois no dia seguinte, seja em Guarapari, Rio, SP ou Bahia a quantidade de lixo deixado pelo brasileiro é de dar inveja aos povos menos evoluídos no mundo. Coitado dos garis! Mas de um modo geral foi muito bom o carnaval por aqui.
    Sobre futebol, só amanhã.

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  2. Amigo Adilson, a decadência do carnaval do interior está diretamente ligada a melhora da qualidade de vida em geral do cidadão brasileiro, nos carnavais da década de 60 e 70 e início dos anos 80 eram marcados pela alegria do povo e pelo prazer dos filhos dessas cidades que moravam fora ou estudando ou já trabalhando e construindo família em grandes cidades e que vinham passar os dias de folia e ainda traziam seus amigos que prometiam voltar, e voltavam sempre. Inversamente fizemos o caminho das praias assim que começamos a ter a facilidade de comprar carros e alugar casas, enfim melhoramos o nosso padrão de vida, e quando os visitantes aqui chegavam não mais acharam os "Zé Facas, os Joões Bagunça", o Palhaços, os mascarados, as fantasias exóticas e criativas da galera e etc,etc,etc. A Rua Direita era a Lapa, era o Boulevard 28 de setembro, era a Praça Onze, era a Visconde Pirajá, era a Rio Branco, era a Presidente Vargas, ainda restava uma turminha que insistia e valorizar nosso carnaval, mas conseguiram acabar com ele levando pra longe do centro, onde ninguém é visto. Seu texto me lembrou Vinicius e sua Marcha de Quarta Feira de Cinzas onde ele diz "E no entanto é preciso cantar, mais que nunca é preciso cantar, é preciso cantar e alegrar a cidade".... e no final
    "Quem me dera viver pra ver
    E brincar outros carnavais
    Com a beleza
    Dos velhos carnavais
    Que marchas tão lindas
    E o povo cantando
    Seu canto de paz
    Seu canto de paz"

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  3. Na opinião do Martinho da Vila é necessário abrir mais espaços na mídia para os compositores das marchinhas, pois os atuais sambas de enredo (letra e música) não estão conseguindo agradar ao público, este ano, pela primeira vez, a mídia não conseguiu encontrar nenhuma música, repito, nem uma música de carnaval para ser trabalhada, mesmo que fosse um Lepo Lepo. Então, o que falta é inspiração aos compositores de sambas de enredo e marchinhas, não apenas falta de espaço na mídia,
    Assim como no futebol o samba está carente de talentos (novos compositores), e sem talento fica muito difícil agradar ao público. Agora, o povo está nas ruas brincando o carnaval, milhares e milhares de foliões, todos os dias, só que, em algumas cidades do interior como Miracema, esses foliões deixaram as ruas e os clubes optando por ficar em casa diante da TV ou fazendo seu carnaval particular.
    Esse fenômeno vem ocorrendo há muitos e muitos anos, não foi de uma hora para outra. Primeiro acabou o carnaval nos clubes com seus grandes bailes, depois, aos poucos, o público apreciador dos desfiles e do carnaval de rua, agora nas ruas migrou para outros locais, porém, continua carnavalesco e brincando nas ruas, nos clubes ainda não.
    Vi em, Anchieta-ES, algo muito interessante, diferente. Um hotel improvisou uma pista de dança ao ar livre em frente ao seu prédio, com entrada grátis, lá colocou uma ótima bandinha tocando só marchinhas e maravilhosos sambas de enredo do passado, resultado: sucesso total.
    Quem sabe se poderá dar certo em outras cidades? Talvez com algumas adaptações para cada cidade.

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