Um domingo com Jair Rodrigues

Jair Rodrigues, que ouvi desde pequeno, em Miracema, principalmente nas gravações com Elis Regina, "Dois na Bossa", que me despertaram o prazer de ouvir a boa música brasileira, e por isto agradeço a mana Eliane pelo bom gosto e pela insistência em me fazer ouvir este monstro da MPB.

Prometi ao Sefinho que iria contar uma passagem, a única que tenho com ele, Jair Rodrigues, em uma das suas visitas a Campos e promessa para amigo tem que ser paga. Então leiam:

Jardim São Benedito, palco de grandes shows no governo Arnaldo Vianna, e aos domingos, pela manhã, era obrigatório o encontro de amigos e amantes da boa música naquele local. Por ali desfilaram os grandes nomes da MPB, mas o que tenho a contar foi na visita de Jair, o Cachorrão.

Uma jornalista, amiga de meu filho Leandro, me vê no show e me pede para ir com ela ao camarim de Jair Rodrigues. - O senhor pode ir comigo, estou começando agora e pouco sei da carreira dele e o Leandro me disse que o senhor conhece tudo dele? Humildade é um canal de entrada e lá fui eu com a moça para a entrevista.

Ao me ver com a jornalista e não vendo a máquina fotográfica, o artista queria saber que espécie de fotógrafo era eu, sem máquina, ou que espécie e penetra seria o acompanhante da jornalista. Expliquei que era apenas um ajudante da menina e que meu setor era o esportivo, mas como era seu fã ela pediu que eu acompanhasse.

A prosa mudou, o espanto de Jair Rodrigues passou para a prosa sobre o Santos, que jogaria uma partida decisiva do Brasileirão naquele dia, sobre Léo, o lateral campista do Peixe, sobre Pelé e até mesmo sobre Flamengo, Zico e outros bambas do futebol, exceto música, que ficou relegada a um segundo plano e a entrevista foi para o brejo.

Se a jornalista zangou? Não sei, porque ao sair ela nem se despediu e o Jair soltou aquela gargalhada que todos conhecem muito bem e me disse: "Depois do show vamos almoçar juntos e continuar o papo, tá legal?" 

E assim foi , depois do show, em uma churrascaria de Campos, a prosa continuou e aí sim, a jornalista cumpriu seu papel e gravou a matéria de pauta com o Cachorrão. 

Comentários

  1. Também era seu fã e a nossa música ficou mais triste com a sua morte. A sua alegria era contagiante.

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