Histórias de Carnaval: Fantasia Original

 Tenho boas histórias e causos para contar dos muitos carnavais que vivi, sempre na maior felicidade, batendo na lata ou gritando olha o bloco de sujo, aliás este não tem fantasia mas é pura alegria, cantam até o sol se esconder e depois se vestem de Arlequim ou Colombina e saem pelos salões cantando que a jardineira está triste porque a Camélia morreu. 

Mas quem é Camélia? Sabe que eu não sei, eu sei quem foi Zé Faca, Claudinho, Mané Badeco, estes caras me fizeram feliz por muitos carnavais. Ah! Um amigo do boteco me diz que a Camélia não é da família Cagiano, minha saudosa amiga, e sim uma planta, da família Theaceae, mas isto não vem o caso, nosso assunto é música, carnaval e histórias que eu até esqueci de contar.

Algum tempo atrás, e põe tempo nisto, eu, ainda garoto, fui para o Aero Clube de Miracema para o matinê, meu pai era o dono do bar do clube e por isto eu tinha acesso liberado, e no meio do baile a orquestra parou, era mesmo uma orquestra? Bem, seja lá o que for a música parou e anunciarm ao microfone: "Agora iremos ter o concurso de fantasias, patrocínio da Casa Marcelino. 

E lá foram os meus amigos e amigas, trajando belas fantasias, chiques e caras, e foram se enfileirando e eu, que era um metido a besta, entrei na fila indiana como se fosse o dono da mais bela fantasia. Estava eu com uma calça curta marrom e uma camisa amarela, sei lá o que fazia ali, mas meus amigos estavam e eu também deveria estar. 

E foram chamando a "Mais bonita", e as meninas iam dando o nome, tipo "princesa de gales", e os meninos, de pirata ou coisa parecida, disputavam o prêmio do ano. E aí, seu Jofre Salim, me perguntou que fantasia era a minha. Eu fiquei pensando dez segundos e disse: "Sargento Nilo", que era meu vizinho, e coincidentemente gostava de se vestir com as cores de minha roupa. 

Seu Jofre, que conhecia bem o Sargento, aprovou a ideia e, para minha surpresa, no final do concurso eu fui chamado: Adilson, filho do Zebinho, primeiro lugar em "Fantasia Original". Eu sequer sabia o que era aquilo, mas me deram um presente, um rolo de serpentina, que foi jogado pelos ares em cinco minutos pelas meninas que me tiraram a serpentina das mãos, e eu nem liguei, fiquei feliz por ter vencido um concurso e só depois fiquei sabendo que eu era o único candidato da categoria "Fantasia Original". 


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