Meu livro de viagens - Brasil - O Caminho Real - MG

 Saímos de Miracema com destino a Ouro Preto sem um trajeto definido, nossos companheiros de viagem, Wannea e Celestino Salles, no comando e apenas um roteiro esquematizado, que seria conhecer o Caminho Real e as cidades históricas da região.

Primeira parada: Congonhas, onde paramos para um descanso, uma olhada na Matriz onde Aleijadinho, o grande artista mineiro, esculpiu e por lá deixou sua mais famosa obra "Os Profetas", aqui retratado em dia nublado e com chuviscos, o que prenunciava um frio de dez graus à noite.

Seguimos nosso destino principal, Ouro Preto, ainda sem uma pousada definida e apenas sabendo o que queríamos por lá, conhecer de perto a primeira capital brasileira e ver o que nossos Inconfidentes deixaram escrito para história deste país.

Um guia local, que cobrou caro mas nos deu as informações necessárias para que o passeio ficasse bem mais agradável, uma pousada simples, mas o suficiente para um turista que quer uma cama gostosa, um confortável travesseiro e um bom café da manhã. 

Sobe e desce ladeiras, visitas a museus e igrejas e uma mina de ouro, desativada e com acesso complicado, também entrou no roteiro, se bem que por lá eu não me aventurei, os três voltaram reclamando de dores na coluna e, felizmente, tomei a decisão correta de ficar papeando com o gerente e o guia a espera de Marina, Wannea e Celestino.

 Dois dias foram suficientes para degustar a boa comida mineira, conhecer a cultura e a arte deixada por Tiradentes e seus heroicos companheiros de luta pela independência, e de Ouro Preto partimos com destino a Mariana, onde tudo começou e a história também é rica em arte e cultura.

Mariana me fez lembrar das belas praças das pequenas cidades por onde passei, a pracinha principal tem um "que" de Miracema e ajudou a saber o motivo que levaram os construtores do início do século, a projetar este tipo de logradouro. Veja só a foto, aqui do lado.

E o fecho da viagem foi em Tiradentes, onde chegamos em um sábado, exaustos da programação inicial e dispostos a fazer apenas um pit stop e seguir nosso caminho de volta sem muita badalação. 

Porém, tem sempre um porém, como pode passar de passagem por uma cidade tão acolhedora e tão carismática como Tiradentes? Como deixar de almoçar a tradicional comida mineira e degustar uma cachaça da terra ou um licor inconfundível do Caminho Real? 

Paramos na praça principal, almoçados e arriscamos: "Se conseguirmos uma pousada decente a gente fica", determinou nosso chefe Celestino Salles, no que foi prontamente acompanhado por todos nós. Wannea e Marina conseguiram a tal pousada decente e o final de viagem foi sensacional, vinho, música e outra caminhada em busca do conhecimento do nosso passado. Valeu a pena fechar o roteiro em Tiradentes.