A vida de um pequeno é complicada


É dura a vida de um cronista esportivo neste período do ano. As badalações acabam, as manobras de bastidores não são as mesmas do dia a dia convencional, os jogadores se refugiam nas peladas de confraternização e os dirigentes alardeiam por aí anunciando fictícias contratações, que a mídia, interessada em algo diferente, dá destaque em um dia para desmentir em outro.


Por aqui, no nosso futebol doméstico, não é diferente. O Goytacaz FC, que já contei na coluna de sexta-feira, está a procura de um presidente e a caça de patrocinadores, o Americano, conforme me disse o gerente de futebol Luciano Viana, faz as contas e procura saber como se arranjará para montar um time competitivo no ano que vem. 


E por falar no ex-atacante e hoje homem forte do alvinegro campista, tivemos um papo de vinte minutos, via celular, o suficiente para ficar sabendo que os problemas do Americano são os mesmos vividos por muitos, principalmente o clube de Parque Tamandaré, nos últimos anos: Falta investidores e, consequentemente, dinheiro suficiente para montar um time para sonhar mais alto.


“Temos tentando botar a casa em ordem, mas é difícil. O dinheiro que entra é a conta para manter o elenco e as despesas sobem a cada ano. Na temporada que está por começar as chances de terminar com dinheiro em caixa são mínimas, vamos fazer o que achamos correto e no final administrar as dívidas que com certeza ficarão”, disse Luciano Viana ao colunista.


Após o papo um  amigo, sentado comigo à mesa do Braseirinho, tentou argumentar que o Macaé Esporte é mais novo do que o Americano e tem uma estrutura bem melhor do que o time campista.


Não dá nem para comparar. O alvianil praiano é mantido pela Prefeitura de Macaé, que lhe dá “casa, comida e roupa lavada”, ou seja, lhe dá dinheiro para sustentação do elenco, um estádio moderno sem custo algum, e veste o clube de ponta a cabeça desde a base.


O amigo se assustou e concordou, felizmente, com minhas colocações. Não sei quanto recebem os dois clubes das prefeituras, mas tenho quase certeza de que o valor repassado ao Americano FC é cerca de dez por cento do que entra na conta bancária do Macaé Esporte, isto em verba oficial das prefeituras.


Esta “briga’ dos pequenos contra as elevadas taxas cobradas pela Ferj e, consequentemente, o alto custo da preparação para um jogo de campeonato estadual em casa, já é minha velha conhecida. O presidente César Gama, do Americano, sempre bateu nesta tecla e sempre reclamou dos gastos da montagem de uma partida.


Este ano que entra não será diferente, o público sumiu dos estádios e a bilheteria não é mais fonte de renda dos clubes. Os jogos rentáveis, contra os grandes cariocas, não serão realizados no Godofredo Cruz e assim o cofre alvinegro ficará ainda mais vazio.


Alguém vai dizer: “E o dinheiro da Globo?” Antes dos dirigentes responderem eu tomo a iniciativa de falar por eles: Felizmente ainda tem o dinheiro da Globo, que hoje é a “salvação da lavoura”, ai dos pequenos se não fosse esta ótima grana da televisão, seria bem diferente e, mais uma vez com certeza, o campeonato já estaria sendo jogado por apenas quatro ou seis clubes, incluindo aí os grandes e o protegido da Ferj, o Bangu.


Na terça-feira vou tentar trazer por aqui como está se virando o Esporte Clube São João da Barra. Tentei contatos com o presidente Daniel Machado, durante a semana, mas não obtive sucesso, mas vou insistir e volto com as soluções financeiros do time da cidade praiana.

Comentários

  1. Se tem uma coisa que eu não entendo é os grandes não jogarem na casa dos pequenos. Lembro-me como era duro os grandes sairem com vitória em Campos.
    E outra coisa, que graça tem o campeonato carioca com os pequenos sempre jogando na casa dos grandes?
    E tem outra coisa que também não entendo. Como pode o time de Caxias disputar a segunda divisão do brasileiro jogando em São Janeuário, Macaé, Engenhão, sem o seu público?
    abs

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