E, na praia, o som do funk volta a atacar os incautos

Hoje, domingo de carnaval do ano da graça de 2018, e eu, com Marina, sozinhos em casa sem ressentimentos, afinal nossas prioridades nos anos 2000 são outras, viagens, viagens e mais viagens e, como o carnaval hoje em dia é descartado por nove entre dez pessoas do meu círculo de amizade, nada que estamos fazendo assustou ou deixou a impressão de que estamos ficando velhos. 

Muito pelo contrário, estamos cheios de vida e vigor, e pela manhã demos uma chegada até a praia de Gruçaí, aqui pertinho de casa, mas isto sim está chato e totalmente fora de propósito, as pessoas perderam a noção do espaço privado e levam para a areia caixas de som que tocam músicas impróprias para ocasião, hoje, lembrando, é carnaval e não é propicio ao folião de verdade ouvir funk, sertanejos "mela cueca" e, como diz Bicudo, o intrépido pensador, "música de corno assumido". 

Pois é, hoje tentei ficar na praia mas foi impossível, e olhem bem, mais amigos que ainda pensam que estou ficando chato como aqueles comentaristas e jornalistas que estão criticando Vinícius Jr, que comemorou o golaço de ontem, contra o Botafogo, fazendo gestos do famoso "chrororô", eu, no dia a dia, detesto estes ritmos e não vou aturar ou aguentar som alto, na praia da hora, impedindo o meu papo com Marina (minha esposa) e, como a "lei seca" e o bom juízo não me deixam sorver minha cerveja nas viagens em que estou dirigindo, voltei correndo para casa e estou por aqui, ouvindo marchinhas antigas e sambas que marcaram época. 

E meu vizinho, que curte apenas as músicas gospel, pelo menos não incomoda ninguém, seu som é puro e limpo, me viu nas escadas e disse: "O senhor hoje está com saudade dos bons carnavais, né mesmo?", e, quando recebeu a resposta positiva, ele me completou: "Legal, se quiser pode aumentar um pouco, vou relembrar meus tempos de garoto". 

Viu só, não estou sozinho nas lembranças gostosas. 

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