Véspera de Carnaval em Vila da Serra


Sentado na calçada, sem canudo e canequinha, no condomínio em que mora Gisele, minha filha, o assunto nesta sexta-feira tinha conotação com os próximos quatro dias: "Como era o Carnaval do seu tempo?"

Eu, o mais velho, evitei de responder, afinal as pessoas que ali estavam regulavam, no máximo, com Gisele e seu marido, o Adalberto, mineiro de São João Del Rey mas não muito chegado a folia de Momo, e deixei os rapazes e moças falarem pois o papo era mais para eles do que para mim. 

Muitos falaram do carnaval de Ouro Preto, segundo os conhecedores um dos melhores de Minas, confirmado por alguns que por lá, em tempo de faculdade, curtiram a folia intensamente com músicas daquelas que fizeram até meu carnaval. E, quando me perguntaram, eu disse, com entusiasmo juvenil: O nosso carnaval, lá de Miracema, foi um dos mais animados de toda região, e foi aí que me espantei e arregalei o olho e abri o ouvido. 

- Miracema, lá perto da Zona da Mata Mineira? Disse um dos integrantes da roda de conversa. A resposta foi positiva e o cara, animado, contou que seu pai era assíduo na cidade e frequentava um tal de Clube  XV onde havia mulheres lindas e um pouco de tudo. 

Não quis saber o que era aquele um pouco de tudo, deixei a mente dos rapazes trabalhar e apenas confirmei o que ele disse e completei. - Seu pai teve uma bela juventude, aquilo lá fervia no carnaval, mas, por favor, não me pergunte se ainda existe porque te responderei não existe nem aquilo e nem um pouco de lindo, apenas as lindas mulheres. 

Todos rimos e ele ficou de me apresentar o pai, em outra oportunidade, porque hoje o "velho" estará embarcando para o Recife, com a namorada, porque o jovem de sessenta anos ainda está vivendo loucamente. 


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