DOMINGO DE ESTÁDIOS VAZIOS

Esta semana, com a chegada do Estadual do Rio, as lembranças dos bons jogos e da expectativa de ir ao Maracanã para ver um destes volta a minha lembrança. Nem dá prá imaginar como seria se fosse hoje, com boas estradas, carros de primeira linha e comunicação fácil entre nós, lá em Miracema, e os parentes, lá na capital.

Já narrei aqui em várias oportunidades as aventuras que fazíamos para tentar chegar a tempo de ver Dida, Henrique, Valdo, Pinga, Vavá, Garrincha, Didi etc e tal. Hoje tem rodada do Carioca e sabe quem joga no Maracanã? Certo. Ninguém, o maior do mundo está fechado prá obra e o Engenhão é a grande opção do momento.

E sabe que jogo tem no Engenhão neste domingo de verão? Fluminense x Olaria. Sabe qual o horário que os “gênios” da organização escolheram para o jogo de domingo dos cariocas? Sete e meia da noite. Com certeza este programa não estaria na agenda do meu saudoso pai e nem mesmo faria parte do pedido do moleque apaixonado por futebol e aventura.

Não tem esta de saudosismo batendo agora não. Pode acreditar que o que bate agora é uma baita frustração de não poder levar meus filhos aos bons jogos, além do entrave que é a televisão, que deixa a gente na sala a vontade, os craques não chamam a responsabilidade e o campeonato só vai engrenar mesmo nas duas semifinais, ou alguém ai do outro lado acredita na hipótese de outras zebras, como aquela do Resende em São Januário?

Falava sobre o tema desta coluna com o meu velho parceiro Capistrano Arenari, e aos poucos fomos chegando a conclusão que nossos dirigentes também pensam diferente daqueles dos anos 70, quando o futebol interiorano passou a conviver com a turma da capital. Audácia e ousadia eram as palavras chaves. Se o sonho do título era distante, a queda para a segunda divisão muito menos temida do que hoje.

Americano, que hoje visita o Resende, sabia de suas forças e jogava a vontade, com pressão de uma grande e apaixonada torcida, que lotava boa parte do Godofredo Cruz e fazia barulho e força para incentivar o time. Hoje o número de torcedores é contado nos dedos, como nos últimos anos, e os jogadores sequer são reconhecidos nas ruas da cidade. Sinal que algo mudou e não foi só o futebol.

Se você estivesse em Cabo Frio neste domingo, trocaria um bom chope no calçadão ou uma rodada de bate papo com amigos, na orla praiana, para ir ao Estádio? Nem seria possível, a Cabofriense não tem estádio liberado e vai jogar em Macaé, no novo estádio da cidade, naquele horário espanta torcedor, sete e meia da noite, contra o Botafogo, que deve levar três ou quatro mil torcedores ao Cláudio Moacir.

Um campeonato inchado, dezesseis times é mais que demais, como diria Almeida Sales, e as rodadas ficam deficitárias financeira e tecnicamente falando. Hoje, um domingo de sol e calor, poderia muito bem ter um jogo às cinco da tarde, para que na saída da praia o torcedor pudesse prestigiar, porém, tem sempre um porém, o jogo do Rio, neste domingão, será no velho e simpático estádio da rua Conselheiro Galvão, em Madureira, entre o tricolor suburbano e o Bangu. Teria coragem de encarar?

Já estou recebendo e-mails apontando rebaixados e classificados para finais. Calma, gente. Ainda é muito cedo e muita coisa vai mudar. A rodada deste final de semana vai mostrar quem é quem e pode mudar o panorama apontado na rodada inicial. Lá no Sul Fluminense o Americano pode reverter a situação e em Macaé a Cabofriense pode estragar o domingo de Joel. Tudo no terreno da hipótese, mas o futebol é uma ciência exata?

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