Lembrando Bebeto Passarinho e seu conjunto

As vezes me pego, e me policio bastante, falando na primeira pessoa e penso em não continuar contando causos e fatos envolvendo a minha figura. Porém... tem sempre um porém, como eu disse ontem, no Armazém do Lenílson, em prosa com ele e o Tibério, que é bem difícil eu deixar de contar meus causos, os amigos das mesas, da fila do pão, da minha Miracema ou até mesmos os velhos companheiros do futebol e do rádio, querem me ouvir contando histórias e causos da bola e das viagens.  

Mas hoje será diferente, contarei causos envolvendo amigos, coisas publicáveis e decentes, e histórias que vivemos neste mundo que estou há setenta e três anos bem vividos porque sempre tive as melhores companhia do mundo tanto em casa quanto na rua, serviços e botequins, que aliás estão comigo desde que nasci, afinal nasci e me criei em um onde fiquei por quase vinte anos. 

Hoje me veio a cabeça meu velho e saudoso amigo Luiz Alberto da Motta Alvim, para nós, lá da terrinha, simplesmente Bebeto do Juscelino, e aqui, na minha Campos dos Goytacazes, o famoso Passarinho, apelido que ganhou por aqui e ficou agregado ao seu nome, ou seja, ficou Bebeto Passarinho, uma doce figura, amado por todos os amigos e companheiros do Banco do Brasil. 

Eu e Bebeto fomos criados naquele espaço, em Miracema, que eu chamo de "Triângulo das Bermudas", não me perguntem porque, e por ali vivemos os mesmos sonhos, criar um conjunto musical que pudesse reunir nossos amigos músicos, amadores, da nossa terra, e Bebeto bancou o custo inicial e o conjunto, hoje chamado de banda, nasceu no Aero Clube de Miracema, naquele tempo abandonado e precisando de reformas, e ali ensaiamos e fizemos nossos primeiros bailes. 

Nem me pergunte se era legal ou não, mas a turma era boa, fazíamos um som bem lega com o meu xará, mestre das baquetas, Adilson Cagiano, na bateria, Hélio, no baixo, Breninho Perissé e, na guitarra, e este que vos escreve no piston e depois como crooner, e, um pouco depois foi integrado ao grupo um garoto bom de saxofone, Caíto, que deu um toque especial ao grupo. 

Foram poucos meses de duração, eu saí para o futebol e as despesas ficaram maiores que a receita e Bebeto, que não tocava nenhum instrumento e por isto vocês não o viram na formação do grupo, mas foi preciso vencer e o Hélio assumiu e formou o Hélio e seu conjunto. 

Como diziam meus contemporâneos, eu afirmo que eles tinham razão, nesta época "santo de casa não fazia milagre", e, para concorrer com os ótimos conjuntos da região, tipo Palladiun, American Show, Chiquito, de Itaperuna, era complicado e na cidade os bons clubes não nos chamavam e insistimos tocando nos bailes do Polaca e do Calil, Escolas de Samba que faziam bailes para a classe D e C, para custear as despesas do Carnaval do ano seguinte. 

E tudo não passou de um sonho, chegar a Renato e Seus Blue Cap's foi simplesmente isto e não passou de um sonho de um jovem dinâmico e sonhador. Abraço, Bebeto Passarinho, onde quer que você esteja. 

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