Domingo de músicas e lembranças

 Domingo, nublado e com jeito de que voltará a chover durante o dia, gostaria de ir a praia mas isto não é mais a minha "praia", prefiro ficar em casa, ouvindo música que gosto, nas praias tenho que suportar, e não suporto, músicas difíceis de ouvir e, com agravante, sempre no volume máximo. 

E, nos dias em que estou assim... assim, de bem com a vida mas com o astral em baixa, fico fuçando livros, revistas, álbuns de fotos e minha discoteca a procura de algo diferente, mas não encontro, claro, o que tenho guardado são as minhas doces lembranças culturais, de viagens, do futebol e do que ouvi nestas sete décadas de vida e não há como mudar nem mesmo os amigos dizendo que o passado não voltará. 

E quem pensou que quero o meu passado de volta se enganou completamente, vivo o presente, adoro a modernidade, a evolução, e, como disse um dia minha Vó Maria, quando Eliane falou para ela: "Vó, bom mesmo era no seu tempo, né mesmo?". A resposta da vovó até hoje ecoa pelo meu interior: "Os jornais chegavam no dia seguinte, nossos bailes eram com a Banda Sete (ou Quinze), não havia televisão e o rádio chiava prá burro", respondeu Vó Maria, lá pelos anos 1970 quando ela já se despedia desta vida. 

E hoje, aqui no meu cantinho, ouvindo João Bosco cantar o seu "Corsário", me vejo no pé de goiaba, com a vitrola tocando na garagem e eu balançando na cadeira do balanço armado pelo meu pai, curtindo o som dos "Velhinhos Transviados", um grupo musical formado por excelentes músicos brasileiros que tocavam de tudo em ritmo que naqueles anos 1970 eram bem modernos. 

E por aqui continuo ouvindo as minhas preferidas, como ouço agora o grande Cartola, que parece cantar para mim "O Sol Nascerá", aquela que chamamos de "A Sorrir", e este é meu lema, o sol sempre nascerá e estarei sempre a sorrir para a vida, como na "Casa no Campo", do Rodrix, onde ele diz que quer ficar no tamanho da paz, e ter a certeza dos limites do corpo e nada mais. 

Hoje não tem futebol na telinha e por isto não sei que horas encerrarei a audição deste domingo, que ainda tem muita coisa boa para rolar, não na eletrola ou no toca disco mas sim no Spotify meu novo companheiro musical, aquele que me conhece muito bem e me dá a playlist que preciso ouvir sem discutir ou tentar modificar meu modo de vida. 

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