O melhor Americano que vi deu "panos prá manga".

O Corona Vírus me colocou de quarentena, não estou infectado, apenas estou receoso porque faço parte de um grupo de risco maior, idade, alguns problemas de saúde, como pressão alta e coronárias já revisada, além de estar em tratamento de um câncer na próstata, este já na segunda fase de tratamento, felizmente tudo correndo muito bem. 

E neste período em casa, além do bom vinho que saboreio nesta sexta-feira e do boleros, que escuto através do meu fone de ouvido japonês, de alta resolução, fiquei à tarde revirando meus guardados, não tão ricos em qualidade como os do nosso historiador Tadeu Miracema, mas por ali encontro algumas anotações dos jogos que transmiti como narrador, reportei como repórter de campo, ou comentei quando me inventaram comentarista, e achei algumas boas recordações. 

Por exemplo, um material com o Vagner Love, escrito para um dos jornais da cidade, quando ainda jovem chegou a Campos, como Palmeiras Sub-20, para aquele velho campeonato criado pelo Eduardo Viana, um nacional da categoria, e pelos campos do interior do Estado do Rio passaram jovens talentos como Vagner Love e alguns sumiram pelo mundo e outros estão por aí, brilhando intensamente. 

Achei anotações legais, como as dos jogos do melhor time do Americano que vi jogar, na metade dos anos 1980, e encarava os grandes, aqui e lá na capital, frente a frente sem medo de ser feliz, e, muitas e muitas vezes, o "apito amigo" tirou o Cano do circuito com um "aprovo" do presidente da Ferj. 

Achei uma anotação que me fez um dia me aborrecer com um grande amigo e companheiro de rádio, o hoje saudoso Hélvio Santafé, que me pediu para escalar o melhor Americano que vi jogar e não gostou do time que escolhi e me disse, secamente: - Este time não merece ir para meu livro. Onde está Zé Henrique, César ou Paulo Roberto? 

Expliquei para ele que era o time que eu vi jogar e não escalaria um time que ele ou outro companheiro disse que eram ótimos jogadores, acredito nisto, mas eu não os vi jogar e não entram na minha seleção, como não entrará Domingos da Guia, Zizinho ou outro craque dos anos 50 no meu melhor Flamengo de todos os tempos. 

Escalei o time no microfone da Rádio Campos Difusora, e o professor Santafé ficou sabendo, me encontrou no Calçadão de Campos e me deu um sermão que me levou ao riso e ele cortou relações comigo por longos anos. E hoje, lendo aquele pedaço de papel peguei o livro, cujo time sairia, e fui ler para, quem sabe, ele teria colocado a minha seleção e eu, como não li, não havia conferido. 

E lá não estava o meu escrete, que tinha Gato Felix, no gol, Jaílton e Abelardo, dois mineiros bons de bola e bons de papo, nas laterais, Totonho e Paulo Marcos, na zaga, não escalei Célio Silva e Orlando Fumaça por serem meus conterrâneos e poderiam dizer que era proteção. 

Meu meio campo não era como aquele do professor, Dudu, Cesar e Paulo Roberto, mas tinha Índio, Haroldo e Luiz Alberto, e o ataque, este foi difícil de ajustar, com Amarildo, Afrânio e Sérgio Pedro, e José Maria Penna como treinador. 

E até hoje não me conformo em não ter saído no livro, não para ser lido e sim porque outros companheiros, bem mais novo do que eu no rádio e na idade, e que não viram sequer Sérgio Pedro brilhar na ponta esquerda do Glorioso, escalando aqueles craques dos anos 60 como se hoje (anos 90) jogassem. 

Mas tudo isto é para passar o tempo e dizer que foram os melhores anos do meu tempo de jornalismo esportivo, ah! Querem saber o time do Goytacaz? Tá legal. Anote aí: Jorge Luiz Cebolinha, Zé Paulo, Totonho, Fumaça e Valtair, Palhinha, Calil e Gilmar, Bel, Luciano Viana e Paulinho.




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