Conversa de Botequim - O esperado encontro de Motta e Sollon

Sexta-feira é dia de reunião no armazém e me rende ótimos papos para nossa coluna semanal e ontem não foi diferente, um grande prazer ter recebido uma dupla carioca no pedaço, dois flamenguistas juramentados e com ideias semelhantes, o que provocou uma bela prosa nos bancos da calçada mais disputada da Rua Formosa. 

E o melhor, os dois não se conheciam e foi uma surpresa para ambos este encontro, eu sempre comentava para um e outro a amizade com eles e era, segundo Motta, um sonho conhecer o velho jornalista Emenegildo Sollon. A dupla, sem combinar ou anunciar, chegou à Campos no mesmo dia e se hospedaram no mesmo prédio, Sollon na minha casa e Motta na residência do mano. 

Fernandinho, ao saber da presença dos dois rubro-negros, foi logo anunciando para a turma, que chegava aos poucos, como sempre. 
- Hoje aqui só vai dar Flamengo.  No que respondeu Dudu, outro flamenguista do pedaço: - Aqui sempre foi e será Flamengo, a arco íris não tem vez no Armazém. 

Foi um dia de grandes novidades, Motta é ligado a diretoria rubro-negra e sempre nos traz novidades a respeito de contratações, realizações e foi ele quem nos disse sobre as obras do Ninho do Urubu, recém inaugurado, e ficou feliz em saber que Sollon um dia foi como ele, influente nas decisões na Gávea, clube que foi setorista para os jornais em que trabalhou por longo período. 

- Hoje o Flamengo é outro, diz Motta confiante, o clube está com o caixa em dia, com a grana do patrocínio chegando e tendo direcionamento correto, e na próxima temporada é possível que se monte um elenco para disputar todos os títulos e fazer uma campanha digna do CR do Flamengo. 

- Nos meus tempos de Gávea era uma loucura meu amigo, responde Sollon, o dinheiro era sempre escasso, havia sempre um dirigente, amador, para colocar grana e depois retira-la, claro que ninguém é tão rico como este dirigente do Palmeiras, que bota dinheiro e nem pensa em te-lo de volta (será?) e apesar da base forte nunca se aproveitava o que os juvenis e juniores produziam. 

E Dudu, esperto e atento, quer saber sobre as novas contatações e como se fazia dinheiro no tempo em que não havia patrocínio nas camisas ou dinheiro das redes de televisão. - Como o clube fazia para manter o departamento de futebol? Pergunta Dudu. 

Sollon toma a frente e fala com propriedade. Lembra quando o Flamengo negociou Marcelinho? Para te dar um exemplo mais recente, apesar de ter mais de vinte anos, foi justamente para cobrir o caixa, Zico, nosso ídolo, também foi vendido para cobrir despesas criadas por George Helal, que foi chamado de traidor e outras coisas mais, e que hoje nasceram os frutos, está inaugurado  o CT Ninho do Uburu, batizado com o nome do ex-presidente, que foi quem comprou o terreno pago com o dinheiro da venda de Zico para a Udinese, da Itália. 

Eu sequer falei, deixei os amigos do Armazém a vontade para as perguntas e para o diálogo com a dupla de veteranos flamenguistas, mas a turma tricolor, liderada pelo proprietário Lenílson, de botafoguenses, comandada pelo Robinho, e vascaína, chefiada pelo Edmar, não se incomodou nem um pouco com a prosa exclusiva sobre o Urubu, afinal, no final da prosa e na hora que chega a "dolorosa" conta, quem paga são os rubro-negros, liderados nesta sexta-feira pelo velho Motta. 

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