Aplausos, o Flamengo é campeão

Sei que estão me esperando, aguardando com expectativa o que este velho escriba tem a dizer sobre o título do Flamengo, em uma partida épica para o rubro-negro carioca, que desacreditado, "secado", debilitado e valente, fez do coração a sua principal arma diante de um adversário tido como mais forte e mais competente para levar o título da Copa do Brasil 2013.

Sei que esperam um texto otimista, cheio de elogios, de loas a Hernane e Amaral, dois exemplos de "flamenguisse" e de virada da carreira. Sei que vocês aguardam uma exaltação a Jayme de Almeida, que fez o "dorminhoco" André Santos acordar e o farrista Carlos Eduardo abandonar a noite por uns tempos e os dois se dedicaram ao grupo como profissionais exemplares.

A noite foi longa para os rubro-negros, acreditaram do princípio ao fim no título e até os mais incrédulos, como o velho Ermê Sollon, vestiram a camisa e calçaram as sandálias da arrogância e se declararam campeões antecipadamente. Miguel Antunes, velho parceiro do Para Raio's Bar, me dizia, momentos antes do jogo, que para quem eliminou o Cruzeiro, o Botafogo e Goiás, todos no G4 do Brasileirão e pensando em Libertadores, o Furacão seria batido facilmente no Maracanã.

Voltei para casa pensando na frase de Miguel. Será que o destino quer ser mesmo aliado do Flamengo esta noite? E, quando liguei a televisão e vi aquela multidão formando um belo mosaico e o canto da torcida no Maracanã confesso que acreditei no parceiro do balcão do boteco, e imaginei, cá comigo, como seria bom estar ali, naquela arquibancada, curtindo a festa de um possível título.

Ah! Vocês estão esperando o pitaco sobre o jogo, né mesmo? Mas eu vi o mesmo jogo que você viu, nada diferente, também gostei da exibição coletiva do time de Jayme de Almeida e só temi quando ele trocou Carlos Eduardo por Diogo Silva (ou seria Diego Silva?) uma troca que já botou medo na turma no jogo contra o Corinthians, no último domingo, porém, tem sempre um porém, a sorte estava mesmo com o técnico e com a turma de vermelho e preto, do Rio, é claro.

Então loas para Hernane, o Brocador. Aplausos para Elias, o articulador. Abraços para Amaral, o lutador. Festa para Samir e Walace, desacreditados por muitos e artífices de uma campanha vitoriosa na opinião de outros, inclusive deste que vos fala, que considerou a defesa o grande trunfo para a bela vitória de ontem e nos últimos jogos da Copa do Brasil.

Para quem tinha o ano perdido e um início de 2014 temeroso, o título abriu as portas da Libertadores e pode até abrir os cofres para entrada de grana suficiente para montagem de um time decente, isto mesmo, um time confiável e qualidade, porque este, bem ao estilo sortudo e raçudo, é pouco para uma competição internacional.