O milionário Flamengo x Fazendeiro Rico
O momento do Flamengo, após 2019, me faz voltar no tempo e relembrar as histórias que meus tios, os Picanço, me contavam quando visitava minha mãe, irmã deles, lá na minha Miracema. Tio Caio, o mais falante de todos, que hoje seria um cara feliz, afinal seu Botafogo está em alta, sempre me dizia que dinheiro na mão voava e ninguém sabia o campo de pouso que iria aterrissar, tipo aquela canção do Paulinho da Viola, da novela global "Pecado Capital", lembram dela? Para os mais jovens a música é "Dinheiro na mão é vendaval".
Tio Caio contava, com lágrimas nos olhos, a derrocada de seu pai, que tinha de tudo e perdeu fazenda, carro e tudo mais após morrer em um acidente com seu caminhão, na Serra de Flores, em Miracema, eu ainda não tinha nascido e não conheci meu avô, e, voltando ao papo com tio Caio, ele dizia: Meu filho, nós amassamos o pão que o diabo nos deu, isto mesmo, não é o "pão que o diabo amassou!, mas vi muita coisa pior, como fazendeiros milionários perdendo tudo porque a soberba da família era muito grande e ninguém acreditava que um dia a situação fosse complicar, tipo "o caldo entornou".
Me lembro dele, na varanda da minha casa, na Praça Ary Parreiras, contando: "Um fazendeiro, lá da região, tinha de tudo, rico, cheio de vida, com saúde e família bem criada, mas tinha o hábito de não acreditar em ninguém, tratar mal seus funcionários e denegrir todos que chegavam para cuidar de algo em sua fazenda.
Um dia se viu em polvorosa, continua Tio Caio, seus bois morriam, seus cavalos fugiam, sua plantação de arroz e retirada de leite diminuíram e quis tirar satisfação com os funcionários. E quem estava no comando? Aquele capataz que já estava cansado de sofrer humilhações e deixava o "barco correr" sem pelo menos se preocupar com a fazenda e sim com o salário do fim de mês. Quando o patrão percebeu já estava quebrado e devendo aos bancos e seus dias na Europa o fizeram pobre e desprezado até pelos filhos.
A história é mais ou menos esta, pode ser assim ou diferente, mas o objetivo é mostrar a comparação que ouvi hoje pela manhã, na fila do pão, que o Flamengo é um milionário que não sabe cuidar de seu patrimônio e seus diretores são arrogantes e cheios de marra e, repetindo o fazendeiro, entregou o comando para quem não curte o que faz ou não está preparado ou até mesmo fazendo de tudo para se vingar de algo acontecido dentro dos bastidores. Será? Pode ser.
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