SOU A FAVOR DA UNIFICAÇÃO DOS TÍTULOS

Acabou o Brasileiro e o assunto da moda é o título do Fluminense, não este conquistado no domingo, e sim aquele de 1970, o Roberto Gomes Pedrosa, que era o Campeonato Nacional, promovido pela CBF, e que reunia a elite do futebol brasileiro da década.

O Fluminense FC tem todo o direito de reivindicar a unificação dos títulos, afinal todas as competições foram patrocinadas pela entidade maior do futebol brasileiro e tinha um significado igual ou mais importante do que estes de hoje.

O Santos FC, da “Era Pelé”, mandava e desmandava no futebol sul americano durante os anos 60 e, por acaso, aqueles cinco títulos de Taça do Brasil, conquistados pelo Peixe, não têm significado algum? Será que por ter os nomes oficiais mudados as competições foram tiradas do mapa?

Não entendo assim. O Santos FC é o grande vencedor daquele período áureo do futebol brasileiro e não há como esconder que seu grande rival doméstico, Palmeiras, o rival regional, Botafogo, e a sensação da década, Cruzeiro, foram os únicos que conseguiram travar a trajetória santista naquele período em que Pelé reinou absoluto.

Aquela equipe fantástica do Cruzeiro, com Tostão, Piaza, Evaldo, Zé Carlos e Dirceu Lopes, não pode ser considerada campeã nacional? Claro que sim. Não existia outro torneio no pais na dimensão desta Taça do Brasil, que o Bahia levou prá Salvador na primeira vez em que foi disputada, em 1959, e um campista, Vicente Arenari, fazia parte daquele grande esquadrão baiano.

Então porque negar o direito destes clubes, vitoriosos nos gramados, a somar como conquistas nacionais as taças conquistadas com suor, sangue e categoria de seus craques? A ridícula rivalidade impede o torcedor aceitar vitórias de outros, como o título do Flamengo, naquele horrível regulamento que impediu o rubro-negro de disputar a Libertadores e que deu o título de 87 ao time que veio da Segunda Divisão.

São estas picuinhas, a principio era somente entre Rio e São Paulo, e que agora move até brigas internas, como por exemplo os rachas entre rubro-negros e tricolores sobre a validade ou não das conquistas de 1970 ou 1987. Será que não valeram nada, como eu disse anteriormente, as vitórias dentro das quatro linhas?

Companheiros cariocas não aceitam a oficialização da Taça do Brasil, que somente o Botafogo tem entre os locais, seja oficializado por um motivo apenas: Os paulistas somam sete conquistas contra um do Rio, um de Minas e um da Bahia. Muita pequenez para tanto brilho.

Querem outro motivo para entender a turma do contra? Torneio Roberto Gomes Pedrosa, disputado por quatro vezes, teve três vencedores paulistas (2 do Palmeiras e 1 do Santos) e apenas uma vitória carioca, o Fluminense, em 1970.

Todos estes campeonatos tiveram a participação dos melhores do país e era tratado, pela CBF ou CBD, como a “galinha dos ovos de ouro”. E para os torcedores, isto não vale nada?

Repararam que não há nenhum título do Corinthians ou Flamengo nesta época de ouro do futebol e creio que este seja o grande motivador do pessoal da imprensa radical, aqueles jornalistas/torcedores, para que não se oficialize conquistas alheias.

De 1971 em diante se instalou o Campeonato Brasileiro de Futebol e, apesar dos diversos erros da entidade máxima, que por muitas vezes inchou a competição com até 96 clubes, o sucesso estava garantido e o Atlético Mineiro foi o primeiro vencedor e o Fluminense o último a levar a taça para sua sede.

Deixem de lado o extremismo e seja um pouco menos radical, quem gritou “é campeão” que comemore.

Comentários

  1. Concordo plenamente. Jogou. Tem que lembrar e contar.

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  2. Vc está certíssimo, caro Adilson, e concordo com tudo que escreveu. O mal do nosso futebol são esses dirigentes amadores, que só fazem picuinhas e trapaças e não tem a coragem de legitimar os títulos da década de 60. A questão não é agradar ou desagradar certos times ou estados, os fatos são concretos e não há o que se discutir.

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  3. Valeu, primo. Gostei do post, principalmente quando vc diz que o Sport foi campeão da Segunda Divisão. Faltou dizer que o Americano, do Caixa Dágua, foi campeão da terceira e não brigou com o outro grupo para fazer jogos decisivos, sabe porque? Não tinha Eurico para trair os interesses dos parceiros cariocas.
    Valeu
    Marinho Freitas, ainda em Laje procurando emprego por aí.

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  4. Xiiii, acho que vou apanhar, e por isso, antes de tudo, peço licença para discordar. Posso ? Acho que querer trocar os títulos conquistados na Taça Brasil e no Roberto Gomes Pedrosa funciona como diminuir a importância dessas conquistas. Como, gnhei um caminhãozinho de Papai Noel, mas eu queria mesmo era a bola. Se um time disputa um campeonato não deve, depois, querer receber faixa por outro, com outro nome. Independentemente da importância que a torcida dê para um e para outro. Um médico não deve, nem pode, depois de formado, pedir ao Ministério da Educação para receber diplona de dentista ou advogado, por exemplo. Esses times que têm títulos de torneios que não são mais disputados devem mais é dizer que são donos de títulos que nenhum outro time vai mais conquistar. Nasci em Miracema, moro a séculos em São Paulo, mas não quero trocar o nome da cidade de onde sou natural por São Paulo. Agora podem jogar pedras. rrss ZM. Aliás, no OVagalume a Angelina já fez a troca. rrss Na marra.

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  5. Você pode discordar ou até mandar opinião, seu crédito é imenso por aqui e, cá prá nós, você discordando dá margem para outros criarem coragem e mandar ver nos próximos pitacos.
    As competições citadas, meu caro ZM, tinham valores iguais ao da que é disputada hoje, era a elite jogando, por isto concordo com quem quer pegar carona no vácuo deixado por santistas e palmeirenses, e agora os tricolores.
    E os campeões do Rio x São Paulo, torneio que deu início a tudo isto, também querem a unificação? Aí eu sou contra.

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  6. Considero que o campeonato de 70 disputado pelo Fluminense fo muito mais disputado que o de 2010, dado o equilibrio e a qualidade de todos os times com Pelé, Rivelino, Tostão, Samarone e Flávio.

    Como torcedor do Fluminense e amante do futebol, considero-me legitimamente TRI CAMPEÃO BRASILEIRO.

    Sobrenatural de Almeida

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