Cantando no chuveiro e solando meu piston no quintal

Agora a pouco, por volta das cinco da tarde, ouvi meu vizinho cantando, me parece que estava no chuveiro porque a alegria dele era contagiante e sempre que se canta no chuveiro o cara fica alegre, certo? 

Sim, certo. Tiro por mim, que sempre fui um cantante dos banhos e meus vizinhos (as) gostavam e até faziam o repertório que ia de Cauby Peixoto a Carlos Alberto, dependendo do dia saia até um samba de Noite Ilustrada. 

E faz um tempão que não ouso cantar no chuveiro, creio que meus filhos jamais ouviram minha voz durante o banho e eles, se não me falha a memória, também não tiveram este hábito gostoso, legal e sem duvida alguma uma das boas coisas da vida, quem canta seus males espanta, já diz o dito popular. 

E sabe do que eu sinto também uma tremenda saudade? Do meu pistom, era incrível minha paixão pela música e pelo instrumento, se não cantava muito bem o mesmo eu não posso dizer da minha qualidade como pistonista ou músico, tinha um sopro bem legal, o meu vizinho, Dr. Ururay de Matos Macedo que dizia: "Vicente, este seu neto tem um sopro mavioso e será um grande músico".

E foi com ele, Dr. Ururay, que fiz uma dos mais incríveis duetos musicais, já contei em outra crônica, ele, um flautista de nível elevadíssimo, sempre às tardes do meio de semana, soprava seu instrumento e, certo dia, de tanto ouvir as canções que ele gostava, resolvi fazer um contra canto com ele, de surpresa, ele solava e eu fiz o acompanhamento, ele gostou e em outras oportunidades fizemos solo em conjunto, ele da varanda e eu no nosso quintal, na Praça Ary Parreiras. 

Baita saudade também dos duetos com a mana Maria Tereza. saxofonista de primeira linha e, apesar de não ser eximia em tocar "de ouvido", só era bam bam bam na partitura,  fez comigo, na nossa varanda, bons duetos musicais que duraram tão pouco como minha parceria com Dr. Ururay, mas foi também muito legal viver estes grandes momentos musicais. 

Se agradei meus vizinhos eu não sei, mas minhas amigas Fatinha Assunção, e sua mãe Dona Celinha, Adalgisa e sua mãe, Dona Celeste, ou Dona Carmem Faver jamais reclamaram com meus pais e eu, de tanto insistir na arte de cantar, que o Flávio Macedo, filho do Dr. Ururay, me convidou para ser intérprete de sua música, no I Fecami, que ganhei o primeiro troféu "Melhor Intérprete" do festival da canção de Miracema, aliás neste mesmo evento defendi as canções do Fernando Nascimento e do Carlos Cirino. 

Bons tempos... belos dias.... grandes momentos. 


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