Naquela mesa está faltando eles

 Hoje seria dia de uma bela reunião no Armazém, aquele encontro que no ano que vem completaria vinte e cinco anos e que foi desfeito pelas
despedidas eternas de três dos oito amigos e pela mudança de outros três, que estão em outro pedaço da cidade, distantes e impedidos por algum motivo especial de frequentar a nossa, que achei que seria eterna, roda de conversa e música do Armazém, às sextas-feiras. 

Dois oito originais ficamos apenas eu e Edu Borges, três são saudades e outros três já não comparecem ao compromisso dos finais de semana, cada um com sua razão e justificável, afinal já passam, e muito, dos setenta anos, e precisam de paz ou de lugares sem escadas para morarem. Paulinho Máquinas, Luiz "Canário" e Chiquinho estão no andar de cima, Ze Mario e Marco Aurélio em outros bairros, e Carlinhos Besteira creio que ficou velho e não dirige mais. Nosso visitante ilustre, que também forma o grupo quando aparece, Cacá Motta, mora no Rio e com o mano morando longe ainda não apareceu por lá. 

Mas a roda ainda se forma, às vezes com o famoso "eu sozinho" e em

muitos momentos trocando de companheiros de mesa que me fazem menos triste no happy hour do Armazém. E um destes é o Manoel, que chega sempre com a mesma pergunta: O que tem para nos contar esta noite? Ele quer viajar nas minhas histórias e, claro, tenho sempre uma prontinha para o novo amigo, como Leandro Gomes que tem papo para qualquer assunto.

Tem o Henrique, culto, inteligente e com um conteúdo incrível de conhecimento geral, ele, Henrique, quer sempre saber mais e também viaja comigo nas noites de sexta-feira. E ontem, quando por lá apareci para encomendar chuvisco ao Serginho, vizinho do Armazém, para levar para o Natal em Miracema, me disse: Amanhã quero ouvir sobre os rios, mares e oceanos que você conheceu. 

E foi aí, preparando o papo desta noite, que me vi andando por quatro continentes, por dois oceanos e um punhado de rios e mares por este mundo de meu Deus, e o papo de logo mais, além das boas músicas que ficarão como fundo musical, nossos eternos boleros, sambas e rock and roll não se ausentam do espaço nestes dias de encontro festivo, que hoje não será tão festivo assim, faltam amigos de sempre que só ficarão na eterna saudade e com as lembranças de seus lugares à mesa. 

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