Opinião - Voltar ou não voltar, eis a questão

Já que comentei abaixo o triste fim do Campeonato Carioca, entramos em outro assunto, também polêmico, que é o Campeonato Brasileiro 2020 das divisões A, B, e D. Será que a CBF está pronta para enfrentar a pandemia? Os clubes, estes mesmos que brigam para não voltar a jogar os estaduais, gostariam de jogar o Brasileirão 2020?

Vamos ser justos e verdadeiros, certo? Se não há um motivo sequer para reiniciar os estaduais como poderemos pensar em realizar um Brasileirão, com viagens aéreas, deslocamentos em aeroportos e hotéis, aglomeração de fãs e torcidas organizadas, que certamente irão receber seus ídolos nestes locais, e, claro, os voos em aeronaves pequenas e sem condições higiênicas de acordo comas normas da OMS?

A incoerência é tanta que aqueles que impedem, através de nota oficial e declarações a imprensa, o retorno do campeonato do seu estado, são os mesmos que pedem imediato retorno do Brasileirão e ajuda financeira a CBF para sobreviver nestes tempos difíceis. Como não jogar três ou quatro rodadas e finais, caso do Rio, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e jogar 38 rodadas, em cinco meses apenas?

Garanto aos amigos seguidores que, em caso de jogar o Brasileirão, com tabela apertada, tipo o que se faz na Europa neste momento, com oito rodadas disputadas em apenas 31 dias, como na Inglaterra, ou as 12 rodadas finais da Espanha, em 34 dias, como agirá a nossa imprensa e os nossos "especialistas", principalmente dos Canais Disney, que tem o direito de transmissão destes campeonatos e se veem obrigados a elogiar a volta e a atitude das ligas organizadoras.

Por aqui, garanto sem medo de errar, no momento em que a CBF anunciar a volta do Brasileiro e da Copa do Brasil e a Conmebol a Libertadores e a Sul Americana, estes mesmos que hoje "detonam" a volta do Carioquinha véio de guerra, estarão com todas as armas dizendo "absurdo jogar seis jogos por mês", "um crime contra o maior patrimônio dos clubes, os jogadores". 

E ninguém ouvirá os caras que entram em campo ou perguntarão se vale ou não o sacrifício. E os clubes, que lamentam tudo isto, não se juntam e nem se organizam em busca de uma LIGA NACIONAL para acabar com os mandos e desmandos das federações e da confederação nacional. 

Pelo menos é minha opinião.