Samba & Futebol, tudo a ver


Um dia  de calor intenso, com possibilidades de chuvas no meio da tarde, sol quente e não vejo nenhuma possibilidade de encarar o asfalto ou o paralelepípedo, quentes, para chegar até a Rua Direita e ver o que pode estar acontecendo por lá, que tenho certeza não é nada de interessante neste período da tarde.

Fico por aqui, na casa das manas, ouvindo sambas enredos de todos os tempos, aqueles que estão na memória de todos, jogando um buraco para deixar o tempo passar, e esperando os homens da família chegarem para que se arme uma roda de samba e um churrasco, mesmo que improvisados. 

Enquanto isto vou fazendo o que gosto, escrevendo sobre samba e futebol, fazendo minhas comparações entre estes, que aliás são carne e osso ou unha e carne, como queiram. Vejam só qual o primeiro samba enredo que abro as comparações: Aquarela Brasileira, considerado um dos mais bonitos de toda a história do carnaval brasileiro. 

E aí, entenderam o espírito da coisa? O que podemos comparar, neste momento, com o samba de Silas de Oliveira, do Império Serrano, desfile de 1964? Quem falou com o futebol da Seleção de 70 matou a charada. Eu disse, Seleção Brasileira de 1970, uma verdadeira Aquarela Brasileira.

E, para lembrar do fabuloso Mané Garrincha e do fantástico esquadrão do Botafogo, no final dos anos 50 e início dos anos 60, outro samba do Império Serrano, este de 1965, que foi composto pela extraordinária Dona Ivone Lara. O Botafogo daquele período era tal qual o Império Serrano, fazia um baile a cada jogo (desfile) e era mesmo o dono dos Cinco Bailes da História do Rio. É ou não é?

Agora, cá prá nós, a União da Ilha não fica atrás na qualidade de seus sambas e de seus enredos, este aqui, que faço comparação ao Maracanã dos velhos tempos, ainda está vivo na memória do fã de samba e do futebol. Domingo, desfile de 1977, que deu a escola da Ilha do Governador um terceiro lugar, embora os críticos da época dissessem que tenha sido uma autêntica injustiça. Quem não viveu um belo domingo curtindo a vitória de seu time preferido?

Um samba para lembrar esta trágica CBF e, para isto, fui buscar no fundo do baú o enredo da Portela, sucesso tremendo em 1970, com seus mistérios, magias e desencantos. Lendas e Mistério da Amazônia bem que poderia ser “lendas e mistérios da CBF”, afinal ninguém sabe o que acontece nos bastidores da entidade que governa o futebol brasileiro.

Fechando para falar do Flamengo, que como o Botafogo, reinou no Rio e no Brasil no final de uma década (70) e no início de outra (80) e, para encerrar as comparações entre os sambas enredos e o futebol, escolhi o Mundo Encantado de Monteiro Lobato, samba da Mangueira campeã em 1967 e, lógico, fazendo alusão ao Mundo Encantado de Arthur Antunes Coimbra, o Zico, que como dona Zica, lá na Mangueira, era quem dava as cartas no Rio de Janeiro no período.

Comentários

  1. Os Sambas Enredos sempre foram meus favoritos, até meados dos anos 90. A qualidade depois caiu muito. Desde 1975 já em dezembro eu comprava o LP. Tenho um LP de 1971 denominado " Os maiores Sambas-Enredo de todos os Tempos".
    Aí vai a reação:
    Lado 1
    Mangueira: O mundo encantado de Monteiro Lobato;
    Vila Isabel: Iaiá do Cais Dourado;
    Portela: Lendas e Mistérios da Amazônia;
    Salgueiro: Chica da Silva;
    Salgueiro: Bahia de Todos os Deuses;
    Lado 2
    Império Serrano: Tiradentes;
    Portela: Lapa em Três Tempos;
    Império Serrano: Heróis da Liberdade;
    Imperatriz: Oropá, França e Bahia;
    Império da Tijuca: Misticismo da Africa ao Brasil;
    Salgueiro: Festa para um Rei Negro.

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  2. Estes são, até hoje, meu caro Gilberto, os melhores dos melhores, sem dúvida alguma. Ontem, aqui na terrinha, ouvi todos estes acompanhado de uma BOA geladinha, pois o sol estava mesmo quente demais para tentar ir a rua ver a turma que gosta de sair de palhaço. Valeu... bom carnaval prá ti.

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