Os gringos dos pés quentes - parte 1

O ano era o de 1971 e o time do Flamengo era aquele que eu considero o pior de todos os tempos, e, pela primeira vez, estava recusando o convite de ir ao Maracanã ver um grande clássico contra o Botafogo, que montou uma máquina de jogar futebol e estava recebendo todas as honras de favorito da imprensa escrita e falada da capital.

Fui trabalhar cedo, isto mesmo, trabalhava aos domingos e feriados já naquele tempo, meu “trampo” era no Hotel Regente, um cinco estrelas da Avenida Atlântica, em Copacabana, e o convite veio de um comandante da Lan Chile, voadora internacional, que insistia para que eu o levasse ao Maracanã para ver um clássico.

Tentei argumentar que o meu íntimo dizia que não deveria ir ao jogo, afinal o Botafogo tinha Carlos Alberto, Brito, Carlos Roberto, Zequinha, Paulo César Lima e outros craques que estavam desequilibrando e liderando o campeonato até então.

O chileno, cansado da viagem que fez pela madrugada, vinha de Frankfurt/Alemanha, foi dormir e me deixou a vontade. E neste período pensei comigo mesmo: Ir ao Maraca para ver uma defesa com Ubirajara, o Belo, Onça, Tinho, Washington e Tinteiro, não seria uma boa, principalmente para mostrar a um gringo o seu time preferido.

Desci novamente para o saguão do hotel e seu Filipe Ruiz, um espanhol boa praça, meu chefe na contabilidade do hotel, me chama em sua sala. - Senhor Dutra, por favor, na minha sala, agora.

- O que eu fiz de errado? Perguntei ao Silva, meu parceiro, que ficou pálido achando que vinha uma m... por aí.  
Segue.... 

Comentários

  1. Você trabalhou no hotel Regente na avenida Atlântica. Quando eu morava em São Paulo eu ficava pensando como seria hospedar em um hotel na orla de Copacabana. Antes de mudar para o Rio em 2004 fiquei hospedado no 8º andar do hotel California na avenida Atlântica. A gente acaba se acostumando com as coisas boas da vida . Depois de 3 dias já não ia na varanda com tanto entusiasmo.
    Rio de Janeiro, Copacabana...não conheço quase nada do mundo, mas acho que não tem nada igual.

    ResponderExcluir
  2. Foi ali, no anexo do hotel, chamado Maggi, que conheci John Herbert, Dênis Carvalho e Beth Mendes, que moraram ali no período em que trabalhavam em uma peça, se não me engano era "Os rapazes da banda", e por longos e ótimos três meses conversávamos todos os dias no calçadão de Copacabana.
    Foi ali também que me confundiram com Rivelino, eu usava um bigode igual ao do craque, e tinha a pele clara, como ele, e dei até autógrafo. Que legal, naquele tempo não tinha a mídia para mostrar a cara dos ídolos toda hora por aí.
    O Rio é lindo, mas naquele tempo ainda podíamos sair à noite e curtir a vida.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Fla quebra rotina

Carioca 2023 -

Eis a minha seleção