Botafogo perde uma Gloriosa torcedora - Adeus, Dona Bilu

O domingo amanheceu com sol aberto, dia tipicamente de verão em pleno final de inverno, aos poucos nuvens foram se formando, não no céu aberto e claro, mas no meu peito choroso por uma grande perda. 

Enquanto o Flamengo jogava no Maracanã, ali pertinho, na Tijuca, estava partindo para o Oriente Eterno uma grande amigo, que meus companheiros, seguidores do blog, se lembrarão das jornadas do Glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. A quase centenária amiga tijucana, com origens portuguesa, que conheci no Bar Benfica, em Guarapari, tomando uma cerveja da Boa e assistindo a um jogo do seu time de coração. 

No intervalo de Flamengo x Ceará, que não estava me agradando patavina alguma, recebo a ligação do neto da gloriosa amiga, Dona Bilu, anunciando que seu sepultamento acabara de acontecer e que só me avisou agora porque abriu a agenda de sua vó e viu Adilson Dutra marcado com um coração, ou seja, segundo ele aquele coração era justamente para determinar as pessoas que ela amava e queria que fossem comunicadas sobre seu falecimento. 

Bonito gesto de uma torcedora fanática de um adversário futebolístico, mas que enquanto viva foi um belo papo e que ficarão eternamente guardada em meu chip de memória, ontem, por exemplo, me lembrei dela na derrota do Botafogo, se estivesse bem e não lutasse contra uma doença já há alguns anos, tenho certeza que ela, com a lucidez que lhe era peculiar, diria:  - Menino Dutra, que bela chinelada tomamos hoje lá em Porto Alegre.

E hoje, após a acachapante derrota do Flamengo, para o Ceará, em pleno Maracanã, minha quase centenária amiga Tijucana diria, sem medo de errar: - Futebol do Rio é uma piada, não convence nem a um defunto terminal. 

Vá em paz, Dona Bilu, o Botafogo FR perde uma grande torcedora/sócia honorária, nós do blog, perdemos uma grande amiga e Guarapari perde uma fiel praiana e moradora alternativa. Quase cem anos de amor ao Glorioso Alvinegro de General Severiano e de amor a todas as torcidas adversárias, Dona Bilu jamais aceitou o desrespeito e no final de sua via se juntou a um flamenguista, não em união matrimonial, mas em uma amizade sincera e desprovida de cores, ao velho Solon o meu mais profundo sentimento. 

Sobre a derrota do Flamengo? Nem sei o que aconteceu no segundo tempo. Entendem porque? 

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