Libertadores nas ondas do rádio






Hoje é dia de recordações boas, de botar o radinho debaixo do travesseiro, bem baixinho para que a mulher não dê bronca, e ouvir José Carlos Araújo ou Luiz Penido ou até dar uma zapeada pelo dial do fiel companheiro de velhas jornadas para ouvir os jogos de São Paulo.


Tenho outra opção, ficar na Internet e, pelo laptop, acompanhar a transmissão on-line, que prá mim não tem grande sintonia com meu modo de ver/ouvir futebol, mas dá para acompanhar o amigo Vander Luiz no plantão da Rádio Jovem Pan, de São Paulo.


Hoje, à noite, tem motivos de sobra para levar bronca da mulher. “Adilson, abaixe este rádio e vai dormir”, mas a resposta já está na ponta da língua: “Amanhã eu não vou trabalhar, posso dormir até mais tarde”. E assim vou levando até meia noite ou mais, dependendo do pós jogo e dos bons comentários que possivelmente acompanharei.


Tenho que descer e ir até o Armazém do Lenilson comprar umas pilhas para meu radinho, vai que prefiro ouvir na cama, quietinho e na hora H falta bateria. Tenho que ir mais longe um pouquinho, este negócio de levar bronca da mulher é coisa do passado, hoje temos fones de ouvido e vou aproveitar para comprar um zerinho, o meu está esculhambado, ainda é do tempo da Difusora, do século passado.


E por falar no século passado, quem diria, hem! 2011 e a turma de fanáticos pelo futebol ouvindo jogo no radinho de pilha como nos tempos em que o rádio era o maior veículo de mídia do Brasil. Quem diria, hem! Em plena era da informática e das tevês em alta definição o rádio volta a ser o fiel companheiro do torcedor de futebol.


Em 1981, quando o Flamengo jogava a final da Libertadores, em Montevidéu, contra o Cobreloa, ouvi o jogo atrás do palco do Cine XV em um rádio a válvulas, emprestado pelo Carlinhos Cagiano, e de cinco em cinco minutos, ou seja, no intervalo de uma música para outra, informava a Jorge Bem, que ainda não tinha incorporado o Jor no nome, que fazia um show lá na terrinha, o andamento da partida.


Hoje parece que será igual, terei gente me ligando a toda hora ou tuitando a casa segundo para saber como anda o Fluminense contra o Arsenal, na Libertadores, pois tenho certeza de que muitos irão se esquecer de comprar pilhas ou de preparar o radinho para esta emergência.


Tudo por causa da Globosat, da Sky, da Via Embratel e do sistema brasileiro de imposição, ops, Rede Globo de Televisão, que impedem a Fox Sports do Brasil entrar em suas grades de programação. 


Triste país que sofre uma com uma ditadura televisiva. Ainda falam mal de Hugo Chaves e Fidel Castro. 

Comentários

  1. Gostei muito do comentário. O rádio sempre fez parte da minha vida e continua sendo. Fico as vezes até de madrugada ouvindo o pós-jogo. Quando o jogo etá sonolento na TV chego ao cúmulo de ir para o quarto e ouvir pelo rádio o 2° tempo.
    Ouvi muito Ze Carlos Araujo e um pouco o Penido. Os comentários cariocas após o jogo não avançam madrugada adentro como em São Paulo.
    abs

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  2. Valeu, Gilberto. Você, como eu e o Zé, é um apaixonado pelo rádio em geral, pena que hoje está difícil sintonizar as emissoras de Sampa, que sempre foram minhas referências, no dial dos radinhos ou radiões, a salvação tem sido a Internet, mas como levar prá cama um laptop?

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  3. Vou estar pela net catando os links (p/ tentar assistir a partida) e claro, com o rádio (esse sim, o único e verdadeiro "tempo real" rs) ao lado ligado. É o jeito...

    e viva o monopólio !

    Fabiano Artiles

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  4. Adilson, será que a Cuba de Fidel tem TV a cores? O carro mais moderno de Cuba é o FORD 29, fabricado pelos americanos que ele detesta.
    Sobre o jogo do FLU, duvido que você irá acompanhar pelo rádio, se fosse o FLA tudo bem, mas o FLU? Sendo você flamenguista, Sei não! Quem sabe se a nossa Rádio Princezinha irá transmitir esse jogo, poderá ser em cadeia, era assim que se dizia antigamente, isto é: no seu tempo, eu sou mais recente, porém, sei disso.

    Abrs.

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  5. Adílson, companheiro, sou do tempo do rádio a válvula, conhecido na época por rabo quente (tenho uma bela imitação dele aqui em casa. Só a caixa é igual). Nos tempos da ditadura do Getúlio Vasgas era obrigatório ouvir a Hora do Brasil. Os soldados "canelas pretas" - lembra? - tinham ordem, e as cumpriam, para bater nas casas que quisessem - bater mesmo, porque não tinha essa de campaionha. O dono da casa abria a tramela e o canela preta podia entrar na casa e perguntar se ele estava ouvindo a Hora do Brasil. Se não tivesse ia preso. E não adiantava mentir ou ligar na hora que o soldado aparecia. Ele colocava a mão sobre o radio e tinha de estar quente. Se estivesse frio, era sinal de que não estava ligado, e aí a cana era mais brava.
    Mas não estou aqui para essas histórias, companheiro. Estou para dizer a você que vou mandar um fone de ouvido de presente no seu aniversário. Aí você pode ouvir o radinho deitado sem atrapalhar o sono da dona Marina e levar bronca. rrss

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  6. Não gosta do www.vertvonline.org (e lá futebol ao vivo)???

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