O Sobrenatural de Almeira visitou Minas Gerais

O grande cronista brasileiro, Nélson Rodrigues, aquele que foi proibido aqui no Theatro Trianon, em Campos, já dizia nas suas colunas em O Globo, no século passado: "Estava escrito há quinhentos anos" ou "o sobrenatural de Almeida atacou novamente".

Só chamando pelo mestre da crônica diária, o dramaturgo do povo, para encontrar palavras para escrever sobre a imponderável vitória do Galo sobre o News Old Boys, ontem, na Arena Independência, quando por duas, três, quatro ou mais vezes tudo esteve perdido e a torcida estava a beira de um colapso nervoso.

Teve de tudo no terreiro do Horto, gols perdidos, pênaltis não marcados pelo árbitro encomendado, lances de sorte, ou falta de sorte, decisão por pênaltis, desespero nos erros de Jô e Richarlisson, alívio nos erros dos argentinos, explosão na cobrança de Ronaldinho Gaúcho e delírio na defesa de Victor.

Defesa de Victor. Isto te lembra alguma coisa? Claro, foi mais um capítulo desta saga do Clube Atlético Mineiro em busca do inédito título da Libertadores, foi ele, o Victor, que no último lance do jogo contra o Tijuana, nesta mesma Arena Independência, que libertou o torcedor mineiro de um infarto fulminante defendendo uma penalidade máxima cobrada por um mexicano, que até agora se lamenta profundamente chorando em berço não esplêndido. 

Galo Doido. Galoucura. Galo bom de briga. Galo na final da Libertadores e decidindo o título em casa, provavelmente diante de setenta mil pessoas, no Mineirão, contra um mediano time do Olímpia, do Paraguai, e repetindo o primeiro parágrafo: "Está escrito há quinhentos anos, Galo campeão da Libertadores, o Sobrenatural de Almeida está a seu lado". 

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