O GARÇOM NÃO ME SERVIU UM AMERICANO




Ontem, ainda no embalo das comemorações da classificação do Goytacaz para as finais da Série B do Rio, vi um movimento intenso nas proximidades da Padaria do Januário.

Olhei, vi que o ambiente estava propício e aproximei para um lanche mais pesado, afinal já estava caindo a noite e muito havia prá ser feito.

- Me dá um sanduíche americano, por favor. Pedi, educadamente ao garçom João, que mostrou um rosto estranho com meu pedido.

Silencio. Dois minutos depois eu voltei a pedir: - João, me dá um sanduíche americano, por favor.

- Simpatia, aqui não fazemos este tipo de sanduíche e não falamos este nome no estabelecimento, se quiser comer peça outra coisa, tá legal? Mandou o cara lá de longe.

Gargalhada geral na platéia, que assistia meu debate com o garçom.

E o Arlindo, conhecedor do lugar e sabendo como lidar com o pessoal do atendimento, me orientou a fazer um novo pedido e sugeriu um novo sanduba, daqueles que só de falar deixa água na boca.

- João, manda aí um sanduba de Copa!

Novamente silêncio do lado de lá e gargalhada do lado de fora do balcão. Arlindo, sacana, já saia de fininho quando João gritou lá de dentro, com toda força do seu pulmão de aço.

- Volta aqui meu inimigo. Volta aqui e diga pro moço o porque não vou fazer este sanduba, explique prá ele, detonou João em direção de Arlindo.

Este sanduíche lembra os fracassos do Brasil na Copa do Mundo e na Copa América, e sabe qual o nome original dele, lá em São Paulo, terra de João?

Como a resposta foi negativa o gordinho explicou, baixinho, para que o garçom não o ouvisse.

- É sanduíche de Copa Americano, gritou e saiu correndo prá não ser agredido a distancia pelo João.

Então, depois de longa negociação, o João resolveu me dar uma chance e trouxe o cardápio detalhado e me explicou o que eu poderia comer por ali.

- Peça um Bauru, parceiro, que me lembra minha terra e meu time de infância, o Noroeste, e um dia já enfrentou o meu Goytacaz por algum campeonato nacional, mas que hoje está tal qual meu alvianil, lá no fundo do poço.

Então tá, me manda um Bauru e estamos conversados.

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