Mano segue os passos de Dunga

A entrevista de Mano Menezes agora pela manhã nos traz grandes novidades do mundo da bola. O treinador da CBF disse que a Venezuela surpreendeu e mostrou evolução e um time renovado. Time renovado? O goleiro Vega chegará aos 40 anos em breve; Rincón, Maldonado e Arango já são figurinhas carimbadas já há algum tempo e não apresentam nada de novo.

O que teria levado Mano Menezes a pensar assim? Seria falta de informação sobre o adversário ou desprezo pelos adversários do continente? Fico com as duas opções.

O futebol peruano, que está na semifinal da Copa América, é o mesmo desde que Didi, o “Folha Seca” chegou por lá no final dos anos 60 para comandar a seleção no mundial do México.

Não vi mudanças e nem mesmo evolução nestas seleções, a não ser no velho e jogado time Uruguaio, que está melhor do que no mundial da África do Sul.

Onde foi que Mano errou? Não culpo o treinador pelo insucesso na Argentina, ele tentou fazer o que todos os “comentaristas” de plantão por aqui orientaram, ou seja, colocou Ganso, Pato e Neymar como titulares e trouxe Lúcio, o Xerife, de volta a seleção. Errou em levar André Santos? Sim, mas não foi esta a razão do fracasso e nem mesmos as penalidades chutadas ao vento.

Então o que deu errado? O mesmo erro de 2006 e 2010. Nossos jogadores saem muito cedo para Europa e os treinadores acreditam que por lá se joga o melhor futebol do mundo e tem o Barcelona e a seleção da Espanha, tidos como os grandes times do momento.

Mas como jogam Barcelona e a seleção da Espanha? Jogam ao estilo brasileiro dos anos 60 e 70 e com um toque de bola valorizado e treinado. Por aqui como jogamos e como os treinadores da base ensinam nossos garotos? Marcação forte e muita correria e posse de bola nem pensar, tem que tocar e correr para todos os lados e fazer faltas absurdas e desnecessárias.

Então, professor Mano Menezes, você não é culpado de nada assim como Dunga não foi culpado do fracasso na Copa 2010. A culpa é de quem comanda, acima de você, que não exige “brasileiração” no futebol da base deste país que um dia foi chamado de “país do futebol”.

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