Papo de Viagens - Cuidado com alimentação

Há algum tempo recebi uma ligação, uma colega jornalista me convidando para gravar um quadro de um programa de turismo, no seu canal de TV, falando de minhas andanças e o tema seria "viagem gastronômica" e no contexto contar histórias ou falar das experiências culinárias de nossas viagens pelo mundo. 

Me preparei bem, separando algumas experiências legais ou até aquelas decepções ou sustos que a alimentação pelo Brasil ou pelo mundo pode te dar, como na Espanha, para dar um exemplo, em 2005, que o "marinheiro de primeira viagem", que vos escreve estas linhas, passou em Madrid ao se fartar e empanturrar com uma comida angolana, baseada na culinária portuguesa e até mesmo nossa comida baiana, mas muito condimentada, que me fez, no dia seguinte, virar o Rei de Espanha com um trono exclusivo até no trem que nos levou a Toledo. 

Claro que não contei esta desventura, falei sobre o Café da Manhã em Gramado, mas não deixei de citar que o melhor desjejum que me foi servido foi em uma pousada em Campos do Jordão, bolos maravilhosos e o melhor ovo mexido de todo mundo. E, claro, me lembrei de um papo interessante, que vou recordar aqui com vocês, sem citar nomes por favor, que praticamente descreve o que foi a conversa informal nos estúdios da TV durante a gravação do programa, que não sei quando irá ao ar. 

No final do ano 2018, logo após retornar de uma viagem a Itália, um velho amigo do jornal me convidou para ir até a residência de um casal, amigo dele, que pretendia escrever um livro sobre suas viagens pelo Brasil e pela Europa, isto porque o amigo sabe e acompanha meu blog de viagens e ele queria que mostrasse a eles como poderia ajuda-los na obra com textos e fotografias e, claro, contando também histórias como eu. 

Fui apresentado como jornalista e imediatamente a esposa fez uma cara de quem não gostou, e me perguntou se eu já tinha experimentado uma comida fora do país. Não respondi e perguntei: um 

- Onde, por exemplo? E a resposta foi surpreendente. - Em Paris, onde experimentei o melhor bacalhau da vida. E eu, humildemente, mas querendo mostrar conhecimento, disse que o melhor bacalhau eu comi em Varsóvia, na Polônia. E ela, querendo ser entendida, perguntou ao marido: - Na Polônia tem bacalhau? Não seria Portugal? Rindo querendo mostrar um deboche. 

E aí eu me fiz presente e fui narrando, sem querer saber se iria ganhar uma grana com a obra, fui desafiando o casal, que depois fiquei sabendo que só conhecia Paris e nada mais. Então, após abrirem um vinho, muito bom por sinal, me animei e passe a falar sem parar sobre a culinária que conheci. 

E então saiu assim o papo, resumindo a conversa que durou horas e regada a bons vinhos, já sem a presença da mulher, que não sabia como me acompanhar no papo de viagens. Eu falava e o marido escutava e perguntava. - O melhor bacalhau foi em Varsóvia, então Portugal poderia ter o melhor bolinho de bacalhau: Sim, respondi, em Valença, divisa da Espanha com Portugal, cuja divisa é feita pelo Rio Minho. 

E por aí foi o papo, que relembrei no programa, falando sobre as possíveis incoerências deste viajante que diz que a melhor massa, sem desprezar a de Florença, na Itália, me foi servida em Bratislava, na Eslováquia, e melhor pizza, sem menosprezar a de Nápoles, na Itália, comemos em Paris, em uma cantina italiana em frente ao Louvre, e que em Berlim, na Alemanha, não experimentei os embutidos famosos e deliciosos do país, claro que o medo de ver se repetir o vexame de 2005 eu nem tentei e me fartei de pedir massas em todos os restaurantes que paramos para almoço ou jantar tanto em Frankfurt ou Berlim. 

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