Banda de Música, dobrados, emoção e saudades

Hoje pela manhã me bateu uma saudade desgraçada, isto mesmo, uma saudade desgraçada, daquelas que arrebentam seu coração e te levam a uma depressão profunda, mas sou forte e gosto de vencer desafios e encarei com uma força sobrenatural no fundo de minha alma e aguentei firme, como todos os que precisam superar certos momentos de recordações mais fortes ou profundas demais.

E como ainda não contei para ninguém, trouxe para o papel, ou melhor, para o laptop, tudo aquilo que senti ouvindo, no Canal YouTube, os dobrados que marcaram minha vida na Sociedade Musical Sete de Setembro, quando me disseram que eu poderia ser um bom pistonista foi lá que escolhi para aprender e curtir o que mais gostava de fazer além de jogar futebol, tocar meu pistom ao lado de grandes músicos e amigos da Banda Sete.

Meu pensamento voava a medida que ouvia um dobrado como Batista de Melo, por exemplo, o famoso 220, que me levava de volta ao salão da Sociedade Musical Sete de Setembro ou a ver a imagem do Maestro Zeca Garcia comandando feras como José Meireles, José Viana, Paulo Pimenta, Gil Garcia, Seu Daniel Pimenta e eu ali, ainda guri, tentando aprender um pouco mais com estes monstros.

Um dia o velho amigo José Orçay, me ouvindo tocar, disse: "Zebinho, este menino tem um sopro muito bonito mas toca de ouvido, tem que aprender a ler a partitura, bota ele para estudar que vai ser um ótimo músico". Estava certo e errado ao mesmo tempo o grande trombonista Ze Orçay, não aprendi a ler partitura com desenvoltura e nem mesmo me tornei um grande músico, mas com certeza eu poderia ser se não fosse fatos alheios a vontade de meu velho pai.

Mas eu dizia que bateu uma saudade desgraçada em mim e conto porque. Ouvia os dobrados bonitos, dobrados conhecidos, dobrados que executamos na já citada Banda Sete, que deixavam nosso dileto diretor/presidente Hélcio Barbosa Bastos feliz em um canto qualquer do salão, e de repente o que ouço? A peça filarmônica Janjão, de autoria de Joaquim Naegle, uma das minhas preferidas e também do Maestro Garcia, a emoção foi forte e as lágrimas vieram com intensidade e chamou a atenção de Marina que disse: "Desligue isto senão você terá um outro infarto".

Não desliguei, continuei a ouvir Dois Corações, Avante Camaradas, que este músico delirante executava com emoção nos desfiles de 3 de maio ou 7 de setembro e com o qual a nossa bateria, do Tiro de Guerra 217, turma de 1968, foi aplaudida quando passava desfilando garbosamente, na Avenida Cardoso Moreira,  em Itaperuna no 10 de maio daquele ano. 

Muita emoção ao ouvir Saudade da Minha Terra, um dobrado que a Sete também mandava bem nos desfiles comemorativos da nossa Miracema, mas aí amigo, chorei ainda mais forte ainda e, como medo de um infarto, parei imediatamente de recordar o bom e velho tempo de músico e fui ouvir outras melodias que não machucassem tanto minha alma e não me maltratasse tanto assim. 

Aos músicos amigos, não citados aqui neste pedacinho de saudade, meu fraterno abraço e ao abraça o Chicão, baita saxofonista, eu abraço aos músicos de minha geração e ao beijar a testa do meu professor José Viana, eu beijo a todos aqueles que me ensinaram alguma coisa e tiveram um carinho para este músico frustrado e amante do dobrado e das peças filarmônicas. 

Comentários

  1. ADILSON

    Esqueceu do Helcio Bastos nos pratos. Aquela batida que so ele sabe fazer. Engracado que estava escutando Requiem quando vejo esse texto,confirmando minha conviccao que Mirecema perdeu um musico mais ganhou um Rubens Braga.

    abrs MUNDINHO

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  2. Realmente, Mundinho, não citei o Hélcio Bastos, mas deve ser porque ele passou a tocar os pratos quando eu saí lá da terrinha e não tive o prazer de desfilar com ele de músico e sim de presidente da Sociedade Musical 7 de setembro. Mas valeu a lembrança e vou encaixar em uma próxima. Quanto ao Rubens Bragas, menos, amigo, ainda tenho muito que aprender. Abraço.

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