Mais do que nunca o Vasco é o time da virada

A frase do menino Cássio, tricolor fanático, define o que foi o jogo de ontem, no Engenhão: "É, me parece que o ciclo de vitórias do Fluminense foi fazer companhia do ao Barcelona". Perfeito, é minha opinião também, parece-me que a bela fase tricolor foi para o ralo, não que com isto queira dizer que o Vasco não tenha merecido a virada e a vitória no clássico de ontem, que lhe rendeu a vaga na final da Taça Guanabara.

Foi um jogo daqueles que podemos chamar de "jogo de dois tempos". O primeiro tempo sofrível, sem qualquer emoção e com dois times se esbarrando nos próprios erros. O segundo tempo, principalmente após o gol do Vasco, marcado por Bernardo, foi eletrizante e daqueles que tricolores e vascaínos colocarão na galeria de inesquecíveis. 

O empate do Fluminense chegou rápido e a virada mais rápida ainda, deixando o Vasco pregado na grama e o torcedor extasiado nas arquibancadas ou nas poltronas e cadeiras espelhadas pelas salas e bares do Brasil. Tiago Neves e Nem deixaram o jogo em aberto e acenderam a fogueira com dois gols relâmpagos, 31 e 33 minutos do segundo tempo e, pela ligação do meu velho/novo amigo Jofrão, parecia que a "vaca tinha ido para o brejo".

Que nada. Era jogo para emoções fortes e para quem tinha nervos de aço. Nesta altura eu já tirara o som da TV e colado o celular no ouvido, ligado no Luis Penido, da Globo, queria saber se saísse um gol do Vasco ele gritaria tanto e vibraria tanto quanto vibrou e gritou na virada tricolor. 

Dito e feito, o excelente narrador global se emocionou de  verdade quando Romário, o "genérico", como ele acabara de dizer no momento em que o jovem atacante campista entrou no ataque vascaíno e enfiando a cabeça com raiva empatou o jogo para o Vasco. Penido foi a loucura e teve o mesmo desempenho do gol do Fluminense, emoção e vibração.

Empate chegou e com ele a vaga para a final com o vencedor de Flamengo e Botafogo, que jogam logo mais no mesmo Engenhão. Satisfeito o Vasco? Nada disto, precisava mostrar a sua torcida que a má fase passou e que o time ganhava um jeito Gaúcho de jogar e a vitória era fundamental para provar que tudo foi um momento negativo.

E quem precisava mais de afirmação marcou o gol da vitória e de uma nova virada no Engenhão, o Mito, o zagueirão, Dedé, como verdadeiro centro avante, foi na área e escorou o cruzamento que veio da esquerda e definiu o Clássico dos Gigantes. Vasco 3 x Fluminense 2  e menino Cássio chorou no canto, escondido de seus amigos, e concordou comigo: "Será que Abel Braga agora aprendeu que nosso time não tem defesa?".

Comentários

  1. Caro amigo, é muito raro acontecer isso, mas a minha opinião sobre o jogo de ontem é um pouco diferente da sua. A vitória do Vasco foi a derrota do futebol. O time é fraco desde o seu treinador até a linha ofensiva. A mediocridade técnica é brutal e a vitória aconteceu mais pelos erros grotescos da defesa do Tricolor. O time só sai jogando no chutão e o meio de campo não existe, pois é do tipo que só jogam lateralmente, e sobre os laterais, sem comentários. Sobre o Dedé, resume um pouco o que escrevi acima, pois é apenas um jogador comum que foi alçado a condição de ídolo de uma torcida carente de títulos e que está perdendo a sua identidade com o clube. Quando o chamam de "mito" é uma ofensa a Bellini, Eli do Amparo, Orlando Peçanha, Rafagnelii, Mauro Galvão, entre outros. Por muito pouco hoje em dia os jogadores são chamados de "gênio". Então, imaginemos a quatidade de gênios que tínhamos no passado. O Fluminense mais descansado e concentrado, principalmente no setor defensivo, não perderia o jogo de ontem. O primeiro tempo, como vc bem disse, foi sofrível, e o segundo só valeu pela emoção dos gols em sequência. Venho dialogando contigo há tempos sobre a fase atual do nosso futebol, que ainda produz bons jogadores, craques não, e o que vemos dentro de campo é uma quantidade absurda de passes errados e também como as defesas estão sofrendo gols de bolas alçadas sobre a área. É muito séria a crise técnica pela qual passa o futebol brasileiro. Não posso deixar de citar também os senhores treinadores, que são cúmplices do mal futebol que hoje praticamos. abrs

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  2. Corrigindo, eu quis dizer "quantidade" de gênios que tínhamos no passado.

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