Papo de Bola - Negócio do 9 é bola na rede

Polêmica legal acontece agora, durante a Copa da Rússia, e bota polêmica nisto. Alguns ex-jogadores, travestidos de "jornalistas", convidados que foram para comentar os jogos, muitos em qualidade para tal e outros até que deram certo, como Careca, um dos melhores atacantes que vi jogar, que comentou na Fox Sports, entraram em clima de colisão com este colunista, claro que tudo virtualmente, eu aqui, na minha poltrona, eles lá na Rússia ou então nos estúdios das tvs que os contrataram. 

Diziam alguns que Gabriel Jesus, o camisa 9 da seleção, não era obrigado a fazer gols, que no meu tempo de boleiro ou de comentarista esportivo, era o referencial para o gol e o cara que tinha obrigação de botar a bola nas redes ou trabalhar de pivô para o craque, no caso Neymar e no tempo de Careca, Romário ou Bebeto, chegarem para a sobra e fazer o gol bonito ou com um simples e genial toque. 

Teria então Gabriel Jesus a função de complementar a linha de marcação, como explicou o técnico Tite? Seria ele mais uma defender, exigência do futebol moderno, e não mais ser um homem gol? Fica a dúvida e eu, macaco velho neste negócio chamado futebol, não vou enfiar a mão na cumbuca para dar pitaco ou discordar deste caras que um dia foram meus ídolos nos gramados e que hoje ganham um bom dinheiro para dar opinião nas latinhas que um dia me fizeram companhia. 

Este debate me levou até Miracema, tempo em que eu e minha turma jogávamos nossas peladas no Ginásio ou em qualquer Buraco da Égua da vida, e por lá não tinha este negócio do 9 voltar para buscar jogo, quem gostava só de marcar era sempre o último a ser escolhido e nós, atacantes goleadores, sim me coloco sem modéstia entre estes, estávamos sempre entre os primeiros a serem chamados no famoso par ou ímpar. 

Gabriel Jesus jogaria no time do Bitico? Sei lá, pergunte lá no Posto Ypiranga porque se perguntarem prá mim eu diria que não , o dono da nove era goleador e no lugar dos dois meias, Tininho e Júlio, também não caberia e nem mesmo nas pontas, Thiara e Pintinho, e aí, meu caro menino Jesus, se fosse escolher marcar não tomaria o lugar do Geraldinho nem a pau. 

Esta dúvida eu não tenho, já contei em vários comentários nas tevês de Campos, durante a Copa, que meu titular seria Roberto Firmino, que além de ajudar, (eu disse ajudar entendem?) na marcação sempre guarda o gol dele nas redes adversárias e sabe até dar assistências, que no meu tempo chamava de passe, para os companheiros botarem a bola na rede. 

Me lembro do Edil (filho do Neném Fachada), lá de Flores, um dos melhores centro-avantes no verdadeiro sentido da palavra, quando jogava. Edil era um touro, não perdia dividida e, como eu disse lá em cima, no terceiro parágrafo, ele brigava na área, fazia o pivô e este que vos fala, sim eu mesmo, sempre aproveitava a sobra ou um toque de inteligência do Edil para marcar mais um dos muitos gols que fiz jogando com a camisa 9. 

Se eu estou sendo convencido eu não sei, não quero dizer que joguei ou fui melhor do que Gabriel Jesus, ele é infinitamente muito melhor de bola do que eu, mas pode ter certeza que este negócio de fazer gol eu, Edil, Genuíno, Chiquinho de Assis sabíamos muito e não é qualquer destes jogadores, mesmo jogando no Manchester City, com Guardiola, vai querer mudar o rumo da prosa dos atacantes. O negócio é fazer gol e estamos conversados. 

Entenderam o espírito da prosa? 

Comentários

  1. O Gol é a essência do futebol. Essa essência não envelhece. Esse modernismo tático em que os atacantes são obrigados a fazer marcação em sua área defensiva é também um dos motivos da chatice que se tornou o futebol, que vem perdendo seu encantamento ao longo dos últimos anos. Os amigos já deram conta da quantidade de atacantes com problemas musculares, refiro-me aos mais novos, pois os mais velhos são totalmente suscetíveis a esse tipo de contusão, independente de sua posição. Sou do tempo em que os camisas 9 e 10 eram sinônimos de gol e classe, respectivamente. Já ouvi de um técnico que precisa de ajuda dos atacantes na marcação para dar liberdade aos laterais. Ajudar é uma coisa, ter essa obrigação durante os noventa minutos é jogar com menos atacantes em boa parte de um jogo. Termino com uma indagação: para que servem tantos volantes?

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