Rádio de luto: Morreu Loureiro Neto

Grande no tamanho, grande de coração, grande no número do sapato, por isto era conhecido como Pezão. Assim era Loureiro Neto, amigo, companheiro e sempre com uma palavra de carinho para quem estava começando ou precisava de um  ombro amigo ou um braço para empurrar pela estrada da vida.

Loureiro Neto, um dos ícones da reportagem do rádio esportivo brasileiro, perdeu a batalha para seu coração de menino e partiu nesta quarta-feira, 25 de fevereiro de 2014, deixando um lastro de amizade, trabalho sério e uma grande legião de seguidores e aprendizes.

Ouvi muito os trepidantes desde os tempos da Nacional, mas Kléber Leite & Loureiro Neto, assim como foi a dupla Washington Rodrigues & Dennis Menezes, marcou época na Globo e foi exemplo para milhares de repórteres, como eu, deste nosso interior brasileiro.

Certa vez, no Maracanã, creio que era um Botafogo x Americano, um repórter Global resolvei tirar onda comigo na entrada do vestiário do time carioca, ele havia ganho a Bola de Ouro junto comigo e desde a festa no Jockey Clube Brasileiro que me olhava de lado e quando o Luis Mendes me convidou para fazer parte do timaço da Globo aí o cara pirou e sempre que podia me espetava, sem ter resposta grossa ou revide no meu reduto.

Este dia eu fiquei irado, puto mesmo, e quase parti para agredir ou ser agredido, fui contido pelo Paulão, quase dois metros de força bruta, e o meu desafeto que seria ruim para ele continuar com as ofensa e saiu, me deixando nervoso e aborrecido.

Eis que surge Loureiro Neto, com seu jeito simplório e com a educação que Deus lhe deu. - Dutra (me surpreendeu ter sido chamado pelo nome de guerra) o que aconteceu?

Expliquei e ele me disse que tinha acompanhado tudo e que o moço em questão estava com a cabeça virada pelo sucesso e que eu deveria perdoa-lo e esquecer o que aconteceu. Me pegou pelo braço e me levou até a cabine da Globo e me fez desfilar todo o noticiário do Americano FC e no final recebi um abraço e um elogio do José Carlos Araújo, que ratificou o convite para eu integrar a equipe dele.

Claro que não pude ir, o Banerj era bom pagador e por aqui, em Campos, fiz minha carreira aliando rádio, jornal e banco, mas jamais me esqueci daquele gesto do Loureiro Neto, que agora está ao lado do outro grande parceiro, Danilo Bahia, que sempre que me via usava a expressão que uso hoje em meus blogs de viagem: "Adilson Dutra, de Miracema para o mundo", repetindo seu bordão na Globo: "Danilo Bahia, de Bambuí para o Mundo".

Que a luz divina esteja iluminando o seu caminho de encontro com Deus, meu caro Loureiro Neto. 

Comentários

  1. Grande perda para o rádio, era um grandioso ser sempre o ouvia no botequim na globo ;em seus debates com os convidados sempre colocava o tema mais primorosos de forma irreverente. Seus comentários no globo esportivo sempre convicto em suas afirmações e tinha grande dom em seus posicionamento. Grande comunicador que fazia radio com raça.

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  2. Ainda novo, aos 61 anos, com muito a ensinar os jovens que iniciam no rádio esportivo, perdemos não só um grande profissional, que muita falta fará, mas um cara gente boa, sempre de bem com a vida e muito atencioso com os seus ouvintes.

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  3. Eu me associo aos comentários dos companheiros, nada tenho a acrescentar, a não ser que estou ficando preocupado, pois os poucos vascaínos da mídia esportiva estão morrendo todos, como não surge mais vascaíno na mídia a tendência é só conhecermos opinião de flamenguista, tricolor e botafoguense, no RJ, claro.
    Abrs.

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